Mundo
Presidente do Panamá envia carta à ONU criticando ameaças de Trump sobre o canal
Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o Canal do Panamá tem o país norte-americano e a China como seus dois maiores usuários


O governo panamenho manifestou, nesta terça-feira 21, ao secretário-geral da ONU, António Guterres, sua preocupação pela afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que busca retomar o controle do Canal do Panamá.
Em uma carta, distribuída à imprensa pelo Ministério das Relações Exteriores panamenho, a missão permanente do Panamá perante a ONU disse a Guterres que as declarações de Trump na segunda-feira, em seu discurso de posse, “são preocupantes”.
“Solicitamos seus bons ofícios para transmitir esta comunicação aos 15 membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, do qual o Panamá faz parte desde 1º de janeiro, ressalta a carta, que resume as declarações de Trump e a resposta do governo panamenho.
Trump reiterou em seu discurso de segunda o que já havia dito nas últimas semanas, que seu governo vai “recuperar” o Canal do Panamá, que está sob soberania panamenha há 25 anos, pela suposta presença da China na via interoceânica.
“A China opera o Canal do Panamá, e não demos ele à China, demos ao Panamá. E vamos recuperá-lo” disse Trump.
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, respondeu que “o canal é e continuará sendo do Panamá”.
Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o Canal do Panamá tem o país norte-americano e a China como seus dois maiores usuários.
Os Estados Unidos o entregaram ao Panamá em dezembro de 1999 em cumprimento dos tratados firmados em 1977 pelo então presidente Jimmy Carter e o general panamenho Omar Torrijos.
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