Política

Eleição de 2026 já começou e o governo ‘não tem o direito de errar’, diz Lula em reunião ministerial

Diante da possibilidade de reforma na Esplanada, Lula iniciou os trabalhos cobrando resultados e anunciou reuniões individuais com ministros

Eleição de 2026 já começou e o governo ‘não tem o direito de errar’, diz Lula em reunião ministerial
Eleição de 2026 já começou e o governo ‘não tem o direito de errar’, diz Lula em reunião ministerial
Lula e ministros na primeira reunião de 2025. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Apoie Siga-nos no

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a eleição de 2026 “já começou”. O petista tratou do tema no início da reunião ministerial desta segunda-feira 20, a primeira do ano. No evento, que deve se estender durante todo o dia, o presidente abriu os trabalhos falando de cenário eleitoral e fazendo um balanço do trabalho do governo nos primeiros dois anos.

“A eleição do ano que vem já começou. É só ver o que vocês assistem na internet, para perceberem que eles já estão em campanha. E nós não podemos antecipar a campanha porque nós temos que trabalhar. Antecipar a campanha, para nós, é trabalhar, trabalhar, trabalhar e entregar para o povo aquilo que ele precisa”, afirmou Lula.

Apesar das melhoras nos índices de empregabilidade e na perspectiva de que a economia brasileira tenha crescido acima dos 3% em 2024, a avaliação do governo Lula segue patinando, como indicam pesquisas recentes de diversos institutos.

Para 2026, a oposição já articula um nome capaz de atrair o apoio dos eleitores insatisfeitos com o governo, especialmente após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pela Justiça Eleitoral. Mesmo assim, Lula lidera as intenções de voto.

A reunião ministerial de hoje tem como objetivo avaliar os dois primeiros anos de governo e projetar os próximos passos. Nas últimas semanas, Lula destacou que este ano deve marcar a “colheita” do que foi “plantado” no início do mandato. Entretanto, em seu discurso de hoje, ele reconheceu que as entregas do governo ainda não atingiram o esperado.

“Posso afirmar que o que entregamos ao povo ainda não corresponde ao que prometemos em 2022. Muitas das coisas que plantamos ainda não germinaram, não nasceram”, declarou o presidente.

Lula ressaltou que, daqui em diante, o governo não pode cometer erros. “Vocês [ministros] tiveram toda a liberdade para trabalhar, trazendo propostas que discutimos juntos. Nem tudo o que anunciamos já deu frutos, mas 2025 será o ano da colheita de tudo o que prometemos ao povo. Não podemos falhar, não podemos errar, e não temos o direito de errar. Reflitam sobre isso, pois chamarei muitos de vocês individualmente para conversar”, concluiu.

Crise do Pix e cerco fechado

Lula também determinou que os ministros do governo não publiquem nenhum ato administrativo sem antes passar pela Presidência e pela Casa Civil. “Muitas vezes, a gente pensa que não é nada, mas alguém faz uma portaria, e daqui a pouco arrebenta e vem cair na Presidência da República”, declarou Lula.

A fala ocorreu poucos dias após a chamada “crise do Pix”, desencadeada pela publicação de uma nova norma da Receita Federal sobre fiscalização de operações financeiras. Nas redes sociais, a medida foi acompanhada de uma fake news que afirmava que o governo Lula iria taxar as transações via Pix. A onda de desinformação obrigou o governo a esclarecer que não haveria qualquer cobrança de taxas e, posteriormente, revogar a norma.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo