Esporte
Morre Léo Batista, a ‘voz marcante’ do jornalismo esportivo no Brasil, aos 92 anos
O jornalista estava em tratamento contra um câncer no pâncreas e estava internado no Rio de Janeiro. Ele foi o primeiro a informar o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954


Morreu, neste domingo 19, o jornalista esportivo Léo Batista, aos 92 anos. O comunicador estava internado na UTI do Hospital Rios D’Or, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, desde o último dia 6 e foi diagnosticado com um câncer no pâncreas.
O jornalista ultrapassou os 70 anos de carreira no esporte e ficou conhecido como “A Voz Marcante” – alcunha que nomeia um documentário sobre a história de Batista, lançado em 2002 pelo SporTV.
Batista iniciou a sua carreira com 15 anos, quando trabalhou nos serviços de alto-falantes em Cordeirópolis, sua cidade natal. O seu primeiro trabalho foi na rádio e fez a cobertura da Copa do Mundo de 1950, no Brasil. A sua primeira emissora na televisão foi em 1955, quando foi contratado pela TV Rio e, quinze anos depois, passou a trabalhar na Globo.
O comunicador era declaradamente botafoguense e foi homenageado pelo clube após a confirmação de sua morte. “A voz marcante do jornalista atravessou gerações, nos acompanhou em momentos históricos e anunciou o ‘Tempo de Botafogo’”, diz uma nota de pesar divulgada pelo clube neste domingo.
Ele foi o primeiro jornalista a informar o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954 e também anunciou a morte de Ayrton Senna horas após o acidente em Ímola, na Itália.
Batista ainda foi um dos apresentadores na estreia do Jornal Hoje, em 1971, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes. Também apresentou o Esporte Espetacular, criado em 1973, e o Globo Esporte, lançado em 1978. A narração dele tornou-se característica dos “Gols do Fantástico”, quadro que ele apresentou até 2007.
Nos anos 2000, o jornalista também participou do “Baú do Esporte” e de outros quadros do Fantástico e do Esporte Espetacular.
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