Economia

INSS estuda proibir dinheiro do BPC em apostas online

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afirmou ao ‘Estadão’ que encaminhará uma proposta de regulamentação ao Ministério da Previdência

INSS estuda proibir dinheiro do BPC em apostas online
INSS estuda proibir dinheiro do BPC em apostas online
Agência do INSS. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
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O presidente do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), Alessandro Stefanutto, afirmou neste domingo que o órgão estuda proibir a utilização de recursos do Benefício de Prestação Continuada, o BPC, em apostas esportivas.

A medida ocorre na esteira da divulgação de um estudo produzido pelo Banco Central sobre as bets. O levantamento apontou que cerca de 24 milhões de pessoas físicas participam de jogos de azar e apostas no País. Entre os beneficiários do Bolsa Família, mais de 5 milhões de usuários destinaram dinheiro às casas de apostas virtuais somente em agosto passado.

“O BPC é para mitigar a miséria. Se há uso para apostas esportivas, ou nós concedemos o benefício errado, porque a pessoa não é miserável, ou há um mau uso do recurso”, afirmou Stefanutto ao jornal O Estado de São Paulo. Segundo ele, um estudo de regulamentação do tema está em andamento e deve ser encaminhado ao Ministério da Previdência.

Atualmente, o uso do dinheiro do INSS para apostas esportivas é vedado para aposentados, pensionistas e beneficiários que antecipam 150 reais sem juros de seus benefícios. “Os bancos que operam o adiantamento já têm expertise de vetar CNPJs de empresas de apostas esportivas. Se permitirmos apostas, vamos alimentar vícios”, acrescentou o presidente do instituto.

O BPC é um benefício de um salário mínimo mensal pago pelo INSS a pessoas com deficiência e idosos de baixa renda que não conseguem se sustentar. Trata-se de um público com alta vulnerabilidade social, cuja renda familiar mensal por pessoa não passa de 706 reais – ou 24 por dia. Para obter o benefício, não é preciso ter contribuído para o INSS.

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