Do Micro Ao Macro

Sebrae busca em Nova York expansão de mercado para produtos da floresta

Com a visibilidade da COP 30, o Sebrae do Pará busca entender como microempreendedores da Amazônia podem conquistar e ampliar sua participação em mercados internacionais

Sebrae busca em Nova York expansão de mercado para produtos da floresta
Sebrae busca em Nova York expansão de mercado para produtos da floresta
Hidromel: da Amazônia para Nova York
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O Sebrae no Pará foi a Nova York para entender como micro e pequenos empreendedores da Amazônia podem conquistar e ampliar sua participação em mercados internacionais.

A organização está participando da NRF 2025 (National Retail Federation), a maior feira de varejo do mundo, com o objetivo de entender o que o varejo fora do Brasil valoriza e identificar novas oportunidades para os pequenos empreendedores paraenses.

“O Pará e outros estados da Amazônia têm enorme potencial de exportação dos produtos oriundos da biodiversidade amazônica e da economia criativa, que tem um traço cultural único e distinto – algo que é cada vez mais valorizado em todo o mundo”, explica Rubens Magno, diretor superintendente do Sebrae no Pará.

“Temos confirmado isso em nosso trabalho de preparação para que os micro e pequenos empreendedores paraenses aproveitem as oportunidades que estão sendo geradas pela realização da conferência do clima das Nações Unidas em Belém. Esse trabalho inclui negócios em setores críticos para a realização da conferência, como hospedagem, transporte e alimentação, mas também da economia criativa do nosso estado. Nessa frente, identificamos um grande potencial de expansão para mercados internacionais”, detalha.

Alguns exemplos são as marcas de chocolates à base de cacau da floresta Cacauaré e Kakaoblumenn, além da cachaça produzida no Xingu, a Xinguaça, três que já exportam para os Estados Unidos.

Outro pequeno negócio apoiado pelo Sebrae que já exporta é o Hidromel Uruçun da Amazônia (ver abaixo) – cuja empreendedora está participando da NRF 2025, com apoio  do Sebrae no Pará.

Em 2024, o Sebrae já tinha apoiado a participação da estilista e modelista Val Valadares na Semana de Moda de Milão com o mesmo objetivo de fomentar a internacionalização do negócio. Ela integra um núcleo de 10 empresas de moda autoral – a Cápsula do Marajó – organizado pelo Sebrae Pará em preparação para a COP 30. Liderados por mulheres, esses pequenos negócios preservam grafismos herdados pelos povos ancestrais da ilha de Marajó.

A capacitação para mercados internacionais inclui desde orientações sobre como enviar produtos para o exterior a cuidados específicos com a legislação para exportação. “Agora, na maior feira do varejo do mundo e em Nova York, uma metrópole que lança tendências no varejo, estamos adquirindo o conhecimento necessário para orientar os pequenos empreendedores paraenses sobre o quê o varejo internacional valoriza para que eles conquistem espaço no exterior, fortalecendo seus negócios e a economia local. Esse é um dos legados que queremos que a COP 30 deixe em nosso estado”, completa Magno.

Hidromel: da Amazônia para Nova York

Com o apoio do Sebrae no Pará, Ana Lídia Ribeiro, empresária à frente da Hidromel Uruçun da Amazônia, está participando da maior feira de varejo do mundo, que acontece em Nova York. “A expectativa é conseguir expandir ainda mais o mercado para o nosso produto, entrando em locais como restaurantes e hotéis para apresentar o hidromel e o potencial da floresta a cada vez mais pessoas”, detalha a empresária, que já destina 75% de sua produção para o mercado internacional.

As expectativas são favoráveis – inclusive porque o hidromel une tradição à inovação que o mercado internacional espera e aprecia. “O hidromel é a bebida alcoólica mais antiga do mundo. Feita com mel, água e levedura, já era apreciada por civilizações antigas como gregos, romanos e vikings, e continua conquistando paladares até hoje.

O que fizemos foi adaptar os ingredientes aos ativos da nossa floresta amazônica, notadamente o mel das abelhas sem ferrão, que é produzido por comunidades do interior do Pará. Como ele integra uma tradição longeva e internacional, tem boa aceitação lá fora”, explica.

A produção do Hidromel Uruçun da Amazônia beneficia cerca de 300 famílias, além de contribuir para a preservação do ecossistema. A estruturação do negócio contou com o apoio do Sebrae no Pará, que tem buscado aproveitar a visibilidade trazida pela COP 30 para impulsionar pequenos negócios com potencial de exportação.

“Apostamos especialmente em marcas como essa, que levam uma assinatura cultural única”, explica Rubens Magno. “Esse e outros produtos da economia criativa podem abrir mercados no exterior, fortalecendo uma nova economia da amazônia, que valoriza seus ativos e mantém a floresta em pé. O impulso que o estado está recebendo neste momento poderá ser um divisor de águas”, completa.

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