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Jovem baleada pela PRF se comunica por bilhetes: ‘Quero justiça’
O carro dos familiares da jovem foi atingido por cerca de 30 tiros, na véspera de Natal, quando passava pela Rodovia Washington Luís, na Baixada Fluminense


A jovem baleada na cabeça durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal, na véspera de Natal, na BR-040, já consegue se comunicar por bilhetes. Em uma das mensagens entregues à mãe, Juliana Leite Rangel disse querer ‘justiça.
“Quero justiça. Só Deus e eu sabemos o que estou passando”, escreveu Júlia. A mãe da jovem disse que ela ainda não consegue falar, mas que está entendendo aos poucos o que ocorreu no dia do incidente.
Desde que foi baleada, Juliana segue internada no CTI do Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes. Um boletim médico divulgado pela unidade nesta sexta-feira 17 diz que a jovem “apresenta em bom estado geral, apresentando estabilidade hemodinâmica, sinais clínicos e laboratoriais de boa resposta ao tratamento instituído para controle do quadro infeccioso”.
Ainda de acordo com o documento, a jovem segue em processo de desmame da ventilação mecânica, ficando fora do suporte durante períodos do dia, “sem necessidade de sedação, despertando e interagindo com o meio, realizando fisioterapia motora e respiratória”.
O carro em que Juliana estava com seus familiares foi atingido por tiros quando passava pela Rodovia Washington Luís, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A família estava indo passar o Natal na casa de parentes em Niterói. Cerca de 30 disparos atingiram o veículo.
Os tiros foram disparados por três agentes. Segundo a PRF, todos estão proibidos de atuar em operações por tempo indeterminado. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o caso.
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