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China consegue feito histórico ao pousar sonda no lado oculto da Lua

Missão é a primeira a realizar a façanha de descer no hemisfério que não pode ser visto da Terra

China consegue feito histórico ao pousar sonda no lado oculto da Lua
China consegue feito histórico ao pousar sonda no lado oculto da Lua
Simulação do pouso de sonda chinesa no "lado escuro" da Lua (Crédito: Divulgação/Governo da China) Simulação do pouso de sonda chinesa no "lado escuro" da Lua (Crédito: Divulgação/Governo da China)
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A sonda chinesa Chang’e 4 realizou nesta quinta-feira (03/01) o feito inédito de pousar no lado oculto da Lua, na bacia de Aitken, localizada no polo sul do satélite terrestre, informou a Administração Espacial Nacional da China.

A Chang’e 4, que leva o nome da deusa chinesa da Lua, pousou às 10h26 no horário chinês (00h26, horário de Brasília) após ter sido lançada no sábado (29/12) do Centro Espacial de Xichang, no sul do país.

A emissora estatal CCTV afirmou que a sonda já enviou os primeiros sinais através do satélite Queqiao, que incluíam uma imagem do lado escuro da Lua, a região da superfície lunar mais distante da Terra e que não pode ser vista do planeta. O Queqiao, lançado em maio, funciona como um “espelho” que repassa as informações entre a Chang’e 4 e os centros de controle na Terra.

Primeira imagem divulgada pelo governo chinês do “lado escuro” da Lua (Crédito: Divulgação)

A missão da agência espacial chinesa, considerada um grande marco na exploração espacial, é composta pela sonda e um veículo rover robotizado, com o objetivo de testar o crescimento de plantas e captar sinais de radiofrequência que são normalmente bloqueados pela atmosfera. A iniciativa revela as ambições do programa espacial chinês, que Pequim considera um símbolo do progresso do país.

A China planeja dar início ainda em 2019 à construção de uma estação espacial na Lua, que deverá ter presença permanente de astronautas.

Já para 2020, planeja o envio de um veículo de exploração a Marte. Também no próximo ano, os chineses deverão enviar a sonda Chang’e 5 que deverá colher amostras de matéria recolhida na Lua e regressar à Terra, algo que não ocorre desde 1976.

Os chineses realizaram até hoje cinco missões tripuladas; a primeira em 2003 e a última delas, em 2013, enviando ao todo dez astronautas (oito homens e duas mulheres). A China planeja ainda para 2030 o envio de seu primeiro astronauta a pisar na Lua.

Com a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) deixando de operar em 2020, a estação lunar chinesa poderá se tornar a única plataforma de exploração espacial em funcionamento. Para 2029, o país prepara o envio de uma missão de exploração para Júpiter.

A primeira tentativa da China de entrar na corrida espacial foi no final dos anos 1950, como resposta ao lançamento do satélite soviético Sputnik 1, o primeiro a entrar na órbita terrestre.

Na época, o líder Mao Tsé-tung encomendou a construção e envio do primeiro satélite chinês, que deveria ficar pronto antes de 1º de outubro de 1959, na ocasião do 10º aniversário da fundação da República Popular da China. A iniciativa acabaria fracassando em razão da falta de experiência do país em tecnologia aeroespacial.

Mais tarde, em abril de 1970, em plena Revolução Cultural, a China conseguiu lançar ao seu primeiro satélite, o Dong Fang Hong (“O leste é vermelho”).

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