Política

Inelegível, Bolsonaro descarta lançar um de seus filhos à Presidência

Condenado duas vezes pelo TSE, o ex-capitão insiste em se apresentar como candidato para 2026

Inelegível, Bolsonaro descarta lançar um de seus filhos à Presidência
Inelegível, Bolsonaro descarta lançar um de seus filhos à Presidência
O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/PR
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) rechaçou, em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times publicada nesta quinta-feira 16, a possibilidade de apoiar um de seus filhos para concorrer à Presidência da República em 2026.

Inelegível em decorrência de duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral, ele insiste em se apresentar como candidato. De olho em seu espólio estão figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e integrantes do clã Bolsonaro.

Em dezembro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou, em um evento da Conferência de Ação Política Conservadora na Argentina: “O plano A é [Jair] Bolsonaro, posso ser o plano B”. Dias depois, porém, o ex-presidente disse ser “o plano A, o plano B e o plano C”.

Ao NYT, Bolsonaro declarou que só apoiaria seus filhos para cargos no Congresso Nacional. “Para você ser presidente aqui e fazer a coisa certa, você tem de ter uma certa experiência.” Naquele momento, de acordo com o jornal, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) mantinha uma expressão vazia.

Na entrevista, o ex-capitão ainda celebrou o suposto convite para assistir à posse de Donald Trump nos Estados Unidos, na próxima segunda-feira 20. “Estou animado. Não estou tomando mais Viagra”, disse. “O gesto do Trump é algo para se orgulhar, certo? Quem é Trump? O cara mais importante do mundo.”

A alegria de Bolsonaro, no entanto, durou pouco. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes rejeitou nesta quinta o pedido do ex-presidente para viajar a Washington. Um dos argumentos do magistrado é o risco de fuga.

A Polícia Federal apreendeu o passaporte de Bolsonaro por ordem de Moraes em 8 de fevereiro do ano passado na Operação Tempus Veritatis, deflagrada para apurar a trama golpista que tentou impedir a posse de Lula (PT) em 2022. Em novembro, a corporação indiciou o ex-presidente por organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

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