Mundo
Presidente sul-coreano afastado se recusa novamente a depor após prisão
Yoon Suk-yeol é alvo de uma investigação que pode o levar até à pena de morte


O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, recusou-se novamente a ser interrogado nesta quinta-feira 16, um dia após ter sido preso por sua tentativa de impor a lei marcial em dezembro, anunciou seu advogado.
O líder conservador, que se tornou o primeiro chefe de Estado sul-coreano a ser preso, também não compareceu ao Tribunal Constitucional em seu processo de impeachment.
Após uma primeira tentativa frustrada de prisão pelo órgão de investigação responsável pelo caso (CIO), as autoridades conseguiram prendê-lo na quarta-feira em sua residência em Seul, onde estava confinado há semanas.
Yoon, suspenso pelos parlamentares e alvo de uma investigação por “insurreição”, crime que pode levar à pena de morte, foi interrogado por horas na quarta-feira, mas alegou seu direito de permanecer em silêncio antes de ser levado para um centro de detenção.
Os investigadores deveriam retomar o interrogatório nesta quinta-feira às 14h locais (2h em Brasília), mas o advogado do presidente disse que ele não pôde comparecer por motivos de saúde, informou a agência de notícias Yonhap.
“Os representantes do presidente Yoon Suk Yeol informaram a CIO, por meio de sua assessoria jurídica […] que não houve mudança em sua posição, indicando sua intenção de não se apresentar”, confirmou o órgão.
O líder conservador mergulhou a democracia asiática em sua pior crise em décadas ao suspender a ordem civil e enviar militares à Assembleia Nacional na noite de 3 de dezembro.
Os deputados, no entanto, conseguiram se reunir naquela mesma noite e votar contra a medida, que foi revogada.
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