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Com saída da UE, milhares de britânicos querem se tornar irlandeses

A poucos meses do Brexit, cidadãos do Reino Unido procuram garantir passaportes de países que vão permanecer no bloco

O número de pedidos de passaporte acumulado em 2018 atingiu um novo recorde (Foto: DFA/Ireland)
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A menos de três meses da saída do Reino Unido da União Europeia, mais e mais britânicos estão solicitando passaportes irlandeses. Com um total de mais de 183.000 pedidos, o número acumulado em 2018 atingiu um novo recorde, informou o Departamento de Estado Irlandês na segunda-feira 31. Cerca de 84.850 desses pedidos foram apresentados na Irlanda do Norte, que faz parte do Reino Unido, 2% a mais do que no ano anterior. No restante do Reino Unido, foram 98.500 pedidos – um aumento de 22% em relação ao ano passado.

Em 2017, o número de pedidos de cidadania irlandesa apresentados na Irlanda do Norte e no Reino Unido combinados já havia registrado um aumento de 20% em relação a 2016, o ano em que o Brexit  foi aprovado em referendo.

Qualquer pessoa nascida na Irlanda ou Irlanda do Norte ou cujos pais ou avós sejam originários da Irlanda pode solicitar um passaporte irlandês. O ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, mostrou satisfação com o aumento no número de pedidos. “O passaporte irlandês é um documento valioso”, disse ele.

O Reino Unido deve deixar a União Europeia no final de março de 2019, segundo o resultado do referendo do Brexit em 2016. Não está claro se o parlamento em Londres ainda vai conseguir aprovar o acordo de saída negociado pela primeira-ministra Theresa May com a UE. Caso a saída ocorra sem aprovação de um acordo, existe a possibilidade de um Brexit “duro”, que pode ter consequências caóticas.

Leia também: Londres pode cancelar Brexit, decide corte europeia

Na Alemanha, o número de britânicos naturalizados aumentou de maneira acentuada recentemente. Cerca de 7.493 britânicos solicitaram um passaporte alemão em 2017 – o maior número já registrado. A maioria dos solicitantes eram descentes de pessoas que fugiram para o Reino Unido durante o regime nazista. Para se naturalizar, elas contam com uma disposição especial para repatriamento que consta no artigo 116 da Lei Fundamental, a Constituição alemã.

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