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Venezuela prevê 9 eleições neste ano, em meio a acusações contra Maduro

O chavismo pretende eleger o primeiro governador da Guiana Essequiba, um território administrado pela vizinha Guiana

Venezuela prevê 9 eleições neste ano, em meio a acusações contra Maduro
Venezuela prevê 9 eleições neste ano, em meio a acusações contra Maduro
Nicolás Maduro toma posse para seu terceiro mandato presidencial na Venezuela, em 10 de janeiro de 2025. Foto: Federico Parra/AFP
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A Venezuela planeja organizar nove eleições em 2025, incluindo a do Parlamento e um referendo sobre uma reforma constitucional, em meio às denúncias de fraude por parte da oposição contra a vitória de Nicolás Maduro no último pleito presidencial.

O Parlamento, controlado pelo governo, convocou todos os partidos políticos do país a apresentar uma proposta de cronograma ao Conselho Nacional Eleitoral, também acusado de servir aos interesses do chavismo.

“Somente para os cargos de eleição popular, o Conselho Nacional Eleitoral deve organizar e convocar três eleições, todas elas neste ano”, disse o chefe da Assembleia Nacional, o poderoso dirigente chavista Jorge Rodríguez.

O calendário eleitoral inclui consultas sobre projetos comunais, uma iniciativa de Maduro, “e eventualmente toda a discussão em torno da reforma constitucional que o presidente Nicolás Maduro Moros está propondo”, sobre a qual ainda não há detalhes.

A oposição, liderada por María Corina Machado, denuncia que Maduro “roubou” as eleições de 28 de julho de Edmundo González Urrutia e publicou cópias das atas eleitorais, as quais, segundo afirma, comprovam a vitória de seu candidato com mais de 70% dos votos.

Maduro foi proclamado vencedor com 52% dos votos, mas o CNE não publicou a contagem detalhada, como exige a lei.

O calendário eleitoral inclui a renovação do Parlamento. Também serão escolhidos prefeitos, governadores e legisladores municipais e regionais, cargos nos quais o chavismo também detém maioria atualmente.

Nas eleições regionais, será escolhido, segundo o chavismo, o primeiro governador da Guiana Essequiba, um território administrado pela vizinha Guiana e reivindicado pela Venezuela.

“Devemos discutir para levar ao Conselho Nacional Eleitoral uma proposta e que o Conselho Nacional Eleitoral analise, elabore um cronograma e convoque”, explicou Rodríguez.

“Vão surgir propostas: fazemos todas as eleições juntas? Fazemos separadas? Quais são os parâmetros legais e requisitos?”, acrescentou o dirigente.

O chavismo já promoveu a aprovação de leis que preveem penas de 30 anos de prisão por crimes “políticos”, inelegibilidade perpétua para cargos públicos e julgamentos à revelia.

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