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África do Sul confirma ao menos 15 mortes em mina de ouro clandestina

Os corpos foram resgatados nos dois últimos dias; desde agosto, pelo menos 24 pessoas morreram no local

África do Sul confirma ao menos 15 mortes em mina de ouro clandestina
África do Sul confirma ao menos 15 mortes em mina de ouro clandestina
Operação de resgate está em andamento na África do Sul – Foto: Christian Velcich / AFP
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Mais de 20 mineradores clandestinos foram resgatados e pelo menos 15 corpos foram recuperados de uma mina de ouro abandonada na África do Sul, onde a busca por dezenas de outros trabalhadores subterrâneos continua, informou a polícia nesta terça-feira 14.

Uma empresa de resgate de minas enviou uma grande gaiola para resgatar os mineradores no local perto de Stilfontein, cerca de 150 km a sudoeste de Joanesburgo, na segunda-feira.

Não se sabe quantas pessoas ainda estão na mina de ouro de quase dois quilômetros de profundidade, mas a polícia, que realiza uma operação para remover mineradores clandestinos desde novembro, disse que pode haver várias centenas.

Quinze corpos foram retirados da mina desde o início das operações de resgate na segunda-feira, informou à AFP a porta-voz da polícia sul-africana Athlenda Mathe.

No total, 24 mortes na mina foram confirmadas desde agosto, declarou o superintendente nacional interino Tebello Mosikili.

Johannes Qankase, líder comunitário, disse à AFP nesta terça-feira que 26 pessoas foram resgatadas e nove corpos recuperados do poço.

Os sobreviventes “estão muito doentes e muito desidratados. Podemos ver, eles estão quase morrendo”, disse ele.

O acesso à mina foi isolado pela polícia durante meses como parte de uma operação para prender centenas de mineradores ilegais.

Os “zama zamas” (palavra zulu para “aqueles que tentam”) geralmente vêm de outros países para trabalhar em minas sem licença na África do Sul.

Suas atividades são desaprovadas tanto pelas empresas de mineração quanto pelos moradores locais, que as associam ao aumento da criminalidade.

As autoridades foram acusadas de tentar forçar os mineradores a voltar à superfície do que parecia ser uma pequena cidade subterrânea, cortando desde novembro o fornecimento de alimentos e água que lhes era trazido pela comunidade local, que vive da economia informal em torno da mina.

O governo afirmou na segunda-feira que mais de mil pessoas envolvidas em atividades ilegais de mineração na área foram presas até agora.

Não está claro quantas pessoas estão na mina. Em meados de novembro, foi alegado que até 4 mil pessoas estavam no subsolo, mas a polícia estimou que o número provavelmente estava na casa das centenas.

Seis corpos foram extraídos do poço 11 no início de dezembro, mas ainda pode haver mais corpos no subsolo.

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