Economia

Exportações da China batem recorde diante de ameaças de Trump; veja os detalhes

O avanço foi de 7,1% entre 2023 e 2024. Compradores anteciparam negócios por declarações do republicano sobre taxar produtos chineses

Exportações da China batem recorde diante de ameaças de Trump; veja os detalhes
Exportações da China batem recorde diante de ameaças de Trump; veja os detalhes
O presidente da China, Xi Jinping. Foto: Noel Celis/AFP
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A venda de produtos chineses para o mundo bateu recorde em 2024. Segundo informações do governo de Xi Jinping, as exportações somaram 25 trilhões de yuans (20,8 trilhões de reais) no ano passado. Trata-se de um aumento de 7,1% na comparação com 2023.

Os números refletem o momento da disputa comercial com os Estados Unidos, uma vez que importadores decidiram antecipar a compra de produtos chineses depois de o presidente eleito Donald Trump ameaçar impor uma tarifa de 10% sobre itens da China.

As ameaças do republicano ocorreram logo após a sua vitória eleitoral, em novembro, momento em que se registrou um crescimento ainda mais expressivo das vendas chinesas.

Só em novembro, segundo Pequim, a alta nas vendas para o exterior foi de 6,7% frente mesmo mês de 2023. Em dezembro, mais um avanço significativo: 10,7% na comparação com o último mês do ano anterior.

EUA e Rússia

Em meio às ameaças trumpistas, o comércio entre a China e os Estados Unidos também aumentou no ano passado. As alfândegas chinesas apontam que os dois países negociaram 688 bilhões de dólares (4,1 trilhões de reais em 2024), um crescimento de 3,7% em relação a 2023.

Aos números de comércio com a principal potência ocidental se soma outro dado: o que mostra que as importações e as exportações combinadas da China com a Rússia também cresceram.

Conforme dados das alfângedas chinesas, o comércio entre os dois países — vistos por atores do Ocidente como aliados na guerra que o presidente Vladimir Putin iniciou contra a Ucrânia e a Otan — atingiu 245 bilhões de dólares (1,4 trilhão de reais) em 2024. O aumento é de 2% sobre o ano anterior.

Importações e superávit

Não significa que a China esteja apenas ampliando a venda de seus produtos para parceiros comerciais: as importações do país subiram 1% na comparação com 2023. 

Um dos destaques foi a compra de soja. Em 2024, a China importou 105,03 milhões de toneladas do grão, um aumento de 6,5% frente ao ano anterior. Os números reforçam a posição da China de maior compradora de soja no mundo.

No ano passado, Pequim decidiu aumentar a sua compra de soja exatamente dos Estados Unidos. 

Com tudo isso em conta, o superávit comercial da China avançou em dezembro do ano passado, chegando a 104 bilhões de dólares. O número é superior aos 96,4 bilhões de superávit em novembro. Só em negócios com os Estados Unidos, o superávit ficou em 33,5 bilhões de dólares no último mês de 2024, um incremento em relação aos 29,81 bilhões de dólares de novembro. 

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