Política

AGU pede que Facebook remova deepfake de Haddad sobre falso ‘imposto do cachorrinho’

O vídeo chegou a ser compartilhado pelo deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL)

AGU pede que Facebook remova deepfake de Haddad sobre falso ‘imposto do cachorrinho’
AGU pede que Facebook remova deepfake de Haddad sobre falso ‘imposto do cachorrinho’
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Washington Costa/MF
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A Advocacia-Geral da União enviou, nesta quinta-feira 9, ao Facebook notificação extrajudicial para que a plataforma remova, em 24h, vídeo adulterado com uso de inteligência artificial no qual o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aparece fazendo afirmações que jamais foram feitas.

O vídeo se trata de uma deepfake, técnica que permite alterar um vídeo ou uma foto com ajuda de inteligência artificial. Na gravação fraudulenta, a voz atribuída a Haddad cita supostos tributos que seriam aplicados. O vídeo menciona até um inexistente “imposto do cachorrinho de estimação”.

“A análise do material evidencia a falsidade das informações por meio de cortes bruscos, alterações perceptíveis na movimentação labial e discrepâncias no timbre de voz, típicas de conteúdos forjados com o uso de inteligência artificial generativa”, diz o documento da AGU.

O vídeo chegou a ser compartilhado pelo deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). A publicação de Terra no X recebeu um alerta na área de notas da comunidade. “Vídeo alterado digitalmente por IA”, diz a marcação.

Na notificação, a os advogados da União argumentam que se trata de vídeo desinformativo, pois mostra fatos que não condizem com a realidade, com o objetivo de “confundir o público sobre a posição do Ministro da Fazenda acerca de assuntos de interesse público”.

De acordo com a AGU, o caráter enganoso e fraudulento das postagens vai contra os próprios Termos de Uso do Facebook, que vedam a utilização da plataforma para finalidades ilegais.

Os advogados lembram ainda que os Padrões da Comunidade da plataforma recomendam a remoção de “conteúdo que possa contribuir diretamente na interferência do funcionamento de processos políticos”.

Caso o pedido de remoção não seja aceito, a AGU pede que o vídeo seja tarjado para informar que foi gerado por IA e tem conteúdo alterado.

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