Do Micro Ao Macro
Bioeconomia ganha força com inovação e sustentabilidade em 2025
A COP 30 e iniciativas regionais reforçam o potencial da Amazônia como modelo de desenvolvimento sustentável
Em 2024, eventos como a ExpoAmazônia Bio & TIC e o Bioeconomy Amazon Summit destacaram o papel da bioeconomia no desenvolvimento regional.
Esses encontros, realizados em Manaus e Belém, discutiram soluções que integram tecnologia, preservação ambiental e empreendedorismo na Amazônia. Segundo especialistas, a bioeconomia e a tecnologia da informação oferecem caminhos viáveis para superar gargalos estruturais da região.
COP 30 e novas iniciativas para 2025
Para 2025, a realização da COP 30 em Belém coloca o Brasil em evidência no debate global sobre sustentabilidade.
Além disso, projetos como o Mapeamento de Negócios da Bioeconomia na Amazônia, conduzido pelo PNUD, buscam identificar oportunidades e orientar investimentos futuros. Segundo Vania Thaumaturgo, da Bertha Capital, iniciativas como essas criam uma base sólida para o avanço da bioeconomia na região.
Tecnologia e economia circular moldam o setor
A integração de tecnologias digitais é uma tendência crescente no segmento. Ferramentas como blockchain ajudam na rastreabilidade de produtos, enquanto plataformas digitais conectam produtores locais a mercados globais.
Outra frente relevante são as cadeias de valor sustentáveis, que reaproveitam resíduos da agroindústria e do extrativismo para criar novos produtos. Segundo Thaumaturgo, esses modelos ajudam a regenerar a floresta e promovem menor impacto ambiental.
Inovação impulsiona negócios e startups
O interesse dos consumidores por produtos sustentáveis também tem impulsionado novos negócios.
De acordo com pesquisa da Neogrid e Opinion Box, 37% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos ecológicos. Esse comportamento incentiva startups e empresas que valorizam a floresta em pé, como as apoiadas pela Plataforma Jornada Amazônia.
Victor Moreira, coordenador da iniciativa, destaca o conceito de “Alvos de Inovação”, desenvolvido em parceria com a Fundação CERTI. Essas soluções atendem demandas do mercado e fortalecem a competitividade regional.
Destaques da bioeconomia amazônica para 2025
- Novos ingredientes e matérias-primas avançadas: A biodiversidade amazônica oferece oportunidades para alimentos e insumos farmacêuticos, como o Engenho Café de Açaí, que transforma caroços de açaí em bebida sustentável.
- Beneficiamento local: Infraestrutura na floresta agrega valor aos produtos. Um exemplo é a Zeno Nativo, que processa cacau e castanhas de sistemas agroflorestais.
- Logística inovadora: Soluções como barcos elétricos da Solalis e projetos de transporte da Aeroriver superam barreiras logísticas e garantem o escoamento sustentável.
- Acesso ao mercado: Conexões com mercados globais ampliam o impacto. A Yara Couro, por exemplo, transforma resíduos de pescado em couro para a moda, combinando inovação e responsabilidade ambiental.
Esses exemplos mostram como a bioeconomia amazônica alia inovação, preservação ambiental e geração de valor para as comunidades locais. Segundo Moreira, o futuro do setor depende de esforços conjuntos entre governo, empresas e sociedade, transformando a biodiversidade em um modelo de progresso sustentável.
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