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Ex-sócio de laboratório fechado por infecção de órgãos com HIV volta a cargo na prefeitura de Nova Iguaçu

Walter Vieira chegou a ser preso e responde na Justiça por caso em que seis pacientes foram infectados após transplante

Ex-sócio de laboratório fechado por infecção de órgãos com HIV volta a cargo na prefeitura de Nova Iguaçu
Ex-sócio de laboratório fechado por infecção de órgãos com HIV volta a cargo na prefeitura de Nova Iguaçu
Walter Vieira passou dois meses presos e, agora, responde na Justiça em liberdade. Foto: Reprodução/TV Globo
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O médico Walter Vieira, ex-proprietário do laboratório PCS Saleme, voltou ao cargo de ginecologista e obstetra da prefeitura de Nova Iguaçu. A recondução consta na edição da última segunda-feira 6 do Diário Oficial do município.

A volta acontece meses depois de Vieira ter se envolvido em um grave caso ligado a transplantes de órgãos.

Em outubro do ano passado, pacientes transplantados testaram positivo para HIV depois que receberam órgãos infectados que foram testados pelo PCS Saleme. 

O próprio Vieira chegou a assinar os laudos que atestavam, erroneamente, que os órgãos disponíveis para transplantes não estavam infectados. No total, seis pacientes foram infectados com o vírus HIV.

Quando o caso foi revelado, o Conselho Regional de Farmácia do estado do Rio (CRF-RJ) teve que confirmar que o laboratório PCS Lab Saleme não tinha registro junto ao conselho. Conforme a entidade, o laboratório não contava com farmacêuticos registrados.

Vieira chegou a ser preso por conta do caso e, atualmente, responde na Justiça em liberdade. Segundo o Ministério Público (MP), ele teria ordenado a liberação de laudos com resultados falsos, alterando os protocolos de controle de qualidade nos equipamentos de análises clínicas do laboratório.

A defesa do médico, porém, afirma que não há impedimento para que ele exerça a medicina e que ele só está proibido de trabalhar no ramo laboratorial. Já a prefeitura de Nova Iguaçu indicou que, pelo fato de ser concursado, Walter Vieira pode retornar ao cargo, uma vez que ainda não houve julgamento e eventual condenação.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que há uma sindicância aberta para apurar a conduta do médico no episódio dos órgãos contaminados, e ele pode até mesmo ter o registro cassado. A investigação acontece sob sigilo.

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