Mundo
Israel e Hamas trocam acusações sobre bloqueio nas negociações de trégua em Gaza
A campanha militar de retaliação de Israel já deixou mais de 45.000 mortos em Gaza, a maioria civis


Israel e o movimento islamista palestino Hamas se acusaram mutuamente, nesta quarta-feira 25, de bloquear as negociações indiretas para alcançar uma trégua na guerra na Faixa de Gaza.
O Hamas, no poder em Gaza, acusou Israel de impor “novas condições” às conversações em Doha, mediadas por Catar, Estados Unidos e Egito, que buscam uma solução para o conflito que eclodiu há mais de um ano.
“A ocupação [israelense] impôs novas condições, relacionadas à retirada” de suas tropas da Faixa de Gaza e “ao cessar-fogo, aos prisioneiros [reféns mantidos em Gaza e palestinos detidos por Israel] e ao retorno dos deslocados, o que atrasou a conclusão de um acordo”, declarou o Hamas em comunicado.
Poucos minutos depois, Israel acusou o grupo islamista de dificultar as negociações.
“A organização terrorista Hamas está mentindo mais uma vez, retrocedendo em pontos sobre os quais um acordo foi alcançado e continua colocando novos obstáculos nas negociações”, disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A guerra começou em 7 de outubro de 2023 com uma incursão de milicianos islamistas que mataram mais de 1.200 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, e sequestraram 251, de acordo com uma avaliação da AFP baseada em números oficiais israelenses.
Dos 251 sequestrados, 96 ainda são mantidos em cativeiro em Gaza, mas o Exército israelense estima que 34 foram mortos.
A campanha militar de retaliação de Israel já deixou mais de 45.000 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas no território palestino.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.