Assine
Diversidade. Praias paradisíacas, cidades históricas, tradição, natureza e aventura: são vários os Brasis – Imagem: iStockphoto e Miguel Carvalho/Embratur-Sebrae

StudioCarta

Um país a ser (re)descoberto

O programa “Conheça o Brasil” enaltece as nossas riquezas naturais e culturais, do mar à montanha

Apoio do Ministério do Turismo

A indústria do turismo deverá movimentar 157,74 bilhões de reais entre novembro deste ano e fevereiro de 2025, projeta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, numa variação de 1,7% em relação à alta temporada anterior. A se confirmar, será o segundo maior valor para o período na série histórica recente da entidade, em torno de 16,5% acima dos níveis alcançados em 2022 e 5,3% mais elevado do que na temporada anterior à pandemia de Covid-19. As receitas esperadas para a alta temporada do turismo doméstico em geral correspondem a algo muito próximo a 44% do faturamento anual da atividade, o que sinaliza bons resultados ao longo do restante do ano e abrem a perspectiva de contratações superiores a 76,5 mil trabalhadores, número mais elevado desde 2015. Atualmente, as ocupações formais no setor superam em 7,9% o total registrado antes da pandemia e somam 3,51 milhões de empregados.

A recuperação do faturamento no setor, que chegou a encolher 36,7% ao longo de 2020 como consequência da crise sanitária instalada no País, tem sido favorecida mais recentemente pelo crescimento da massa real de rendimentos das famílias e, neste ano, pelo maior fluxo de turistas estrangeiros. Entre janeiro e setembro deste ano, o número de passageiros transportados pelas companhias aéreas aproximou-se de 87,6 milhões, expansão de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Os números da Embratur, conforme a CNC, mostram que 5,9 milhões de turistas estrangeiros circularam pelo ­País entre janeiro e setembro deste ano, no maior fluxo desde 2019, gerando receitas recordes de 3,17 bilhões de dólares, 14,8% acima do ano passado.

“Além do próprio trabalho de ­expansão das companhias aéreas, o forte crescimento do setor de aviação no Brasil reflete a parceria do governo federal em apoiar esse segmento, imprescindível para o turismo, em um país continental como é o território brasileiro”, afirma o ministro do Turismo. “Este movimento foi fruto do diálogo com o Congresso, as empresas de aviação e o setor público.”

Entre outros programas, o ministério coordena o “Conheça o Brasil”, movimento nacional realizado em parceria com o setor privado e destinado a estimular e facilitar viagens de brasileiros pelo País. A iniciativa contempla o incentivo à ampliação e diversificação da conectividade e da mobilidade entre os vários destinos, com foco em localidades turísticas regionais, e o aumento no fluxo de turistas no mercado doméstico, gerando negócios para prestadores de serviços nesta área, estimulando a criação de empregos e de renda em toda a economia.

Como ferramenta para estimular as viagens, o programa inclui o financiamento de pacotes de turismo, passagens, diárias e ingressos em parques temáticos, entre outros serviços na área, com prazos de até 60 meses, limite de 20 mil reais por operação e parcelas de, no mínimo, 50 ­reais mensais, debitadas automaticamente na conta do correntista do Banco do Brasil. A primeira prestação poderá ser paga em 59 dias. Além do maior número de parcelas, sem custos adicionais, observa Sabino, essa vertente do programa, que ganhou a denominação de “Conheça o Brasil: Realiza”, vai estimular o aumento da renda de agentes de viagem, “já que o valor integral poderá ser pago via Pix, sem desconto”, acrescenta o ministro.

As linhas de crédito permitirão aos brasileiros enveredar pelas diferentes atrações naturais e culturais do País. Vamos muito além das praias paradisíacas, conhecidas internacionalmente. O turismo rural, as montanhas, a aventura, as tradições religiosas e festas típicas e as cidades históricas oferecem um leque de opções que poucas regiões do planeta igualam.

Há roteiros para todos os bolsos e para todos os gostos

Em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos, Associação Brasileira das Empresas Aéreas e as companhias Azul, Gol, Latam e Voepass, o Ministério do Turismo tem atuado ainda para democratizar o acesso às viagens aéreas, reduzir custos operacionais das companhias e incrementar a competitividade por meio do programa “Conheça o Brasil Voando”. No verão deste ano, já como resultado do programa, de acordo com o ministro, houve uma ampliação em 10,7% no número de voos disponíveis para os destinos turísticos domésticos. O número de assentos nas aeronaves deverá ser ampliado em 12%, na comparação com o ano passado, chegando a 29,8 milhões, em torno de 3,2 milhões a mais, como parte das ações destinadas a renovar o programa e promover a ampliação e diversificação da malha aérea. Neste mês, está previso o início do stopover, abrindo a oportunidade de o Brasil se tornar um destino intermediário dos viajantes. A prática consiste na possibilidade de parada ou conexão por um ou mais dias de determinados voos internacionais.

Num horizonte mais longo, além de 12 programas estruturados para promover o turismo brasileiro, o Plano Nacional de Turismo 2024–2027, desenhado para fomentar o setor e tornar a atividade mais sustentável e inclusiva, incorpora metas ambiciosas, prevendo ampliar o Mapa do Turismo Brasileiro com a incorporação de mais 88 municípios, elevando para 400 o total de cidades turísticas nas categorias A e B, destinos com maior fluxo de visitas, maior número de empregos e estabelecimentos no setor de hospedagem. Na área do emprego, a proposta é criar mais 1 milhão de vagas formais em quatro anos, até a marca de 3 milhões em 2027.

O Ministério do Turismo espera ainda elevar o número de viagens domésticas no setor aéreo de 93 milhões para 150 milhões no mesmo intervalo, num ritmo de crescimento anual médio de 12,7%. Na área internacional, a intenção é atrair 8,1 milhões de visitantes, um avanço anual médio de 8,2% entre 2023 e 2027. Caso a meta seja alcançada, a receita anual com estrangeiros chegaria a 8,1 bilhões de dólares. •

 

Publicado na edição n° 1342 de CartaCapital, em 25 de dezembro de 2024.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Um país a ser (re)descoberto’

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo