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Brasileiro cozinha mais em casa para driblar inflação de alimentos, diz pesquisa

Inflação e alta nos preços alteram hábitos alimentares, segundo levantamento da Valecard

Brasileiro cozinha mais em casa para driblar inflação de alimentos, diz pesquisa
Brasileiro cozinha mais em casa para driblar inflação de alimentos, diz pesquisa
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Neste ano, os brasileiros começaram a mudar como gastam com alimentação. A pesquisa da Valecard aponta um aumento nas despesas para cozinhar em casa. Ao mesmo tempo, há uma queda nos gastos em bares e restaurantes.

O período analisado abrange de janeiro a novembro de 2024, comparando com o mesmo intervalo de 2023. Nesse contexto, os gastos médios com alimentação fora de casa caíram em diversas categorias. Por exemplo, padarias registraram queda de 14%, lanchonetes de 18%, restaurantes de 29% e bares de 32%.

Enquanto isso, as despesas com alimentos para preparo doméstico apresentaram crescimento. Supermercados tiveram um aumento de 55%, mercearias cresceram 113% e minimercados subiram 7%. Apenas atacadistas mostraram queda, com uma redução de 3%.

Diferença nos custos favorece refeições em casa

Além disso, a inflação tem influenciado diretamente esses hábitos. O IPCA, índice oficial da inflação, mostrou que os preços de alimentos consumidos em casa subiram 6,98% até novembro de 2024. Já a alimentação fora do domicílio apresentou alta de 5,04% no mesmo período.

Apesar desses aumentos, cozinhar em casa continua sendo mais econômico. Em novembro, o gasto médio nos supermercados cresceu 21%, alcançando R$ 136,36. Por outro lado, as despesas em bares subiram 41%, chegando a R$ 43,67 por refeição. Essa diferença reforça a busca por economias no preparo doméstico.

Refeições fora de casa pesam no orçamento

Por outro lado, dados da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) trazem mais detalhes sobre os custos. A pesquisa divulgada em agosto revelou que uma refeição completa fora de casa custava, em média, R$ 51,61. Esse valor representa uma alta de 10,80% em relação a 2023.

Assim, para quem trabalha 21 dias úteis por mês, o custo das refeições fora de casa equivale a cerca de 76% do salário mínimo. Esse peso no orçamento ajuda a explicar por que tantos brasileiros estão optando por cozinhar em casa.

Como observou a Valecard, o preparo de refeições no domicílio surge como uma alternativa mais viável financeiramente. Isso acontece mesmo considerando o impacto da inflação nos preços dos alimentos.

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