Menino Gui, xodó dos vascaínos, é eleito o torcedor do ano pela Fifa

O garoto Gui Gandra, que se tornou um xodó dos torcedores do Vasco, foi eleito nesta terça-feira 17 o “torcedor do ano” pela Fifa. O menino se tornou conhecido em todo o País em meio à luta contra uma doença rara, a epidermólise bolhosa, que causa graves feridas na pele.

“O Vasco me ajuda a esquecer as coisas ruins, tipo as dores. O Vasco me ajuda a me sentir feliz”, disse o garoto, em vídeo exibido durante a cerimônia de premiação, realizada pela Fifa no Catar. Na mesma cerimônia, Vinicius Júnior foi coroado como o melhor jogador do mundo.

A torcida vascaína abraçou a luta do garoto Gui e de sua família. O rosto dele está em uma bandeira exibida nas arquibancadas. Sempre que possível, o pequeno frequenta os jogos e os treinamentos do time.

Aos 10 anos, o garoto conheceu os atletas do elenco vascaíno e também chamou atenção de ídolos históricos do clube e de outras personalidades do futebol, como Neymar. Com seu carisma, conquistou corações também de torcedores de outras equipes, tornando-se um fenômeno nas redes sociais.

O sucesso de Gui ajudou a chamar atenção para a epidermólise bolhosa. O Ministério da Saúde estima que 800 pessoas foram diagnosticadas no Brasil com a doença, que não é transmissível, mas não tem cura.

Em novembro do ano passado, Gui e a família se encontraram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília. Eles foram à capital federal para conversar com parlamentares sobre um projeto de lei que leva o nome do pequeno e prevê pagamento de pensão para pessoas com epidermólise bolhosa.

Garoto cativou o presidente Lula em encontro em novembro do ano passado – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Lula, que afirma torcer pelo Corinthians e pelo Vasco, conversou com o pequeno torcedor sobre a paixão de ambos por futebol. “Hoje fiz um novo amigo, que é vascaíno no Rio e que, a partir de agora, é corintiano em São Paulo. O menino Gui me emocionou. Assim como eu, ele é apaixonado por futebol”, disse o presidente.

Os outros indicados foram Craig Ferguson, torcedor da seleção da Escócia que caminhou mais de 1.600 quilômetros entre seu país e a Alemanha arrecadando dinheiro para obras sociais; e José Armando, torcedor mirim do Cruz Azul, clube mexicano, que se tornou símbilo de força e dedicação enquanto lutava contra leucemia. Ele não resistiu à doença e morreu em abril deste ano.