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Evo Morales diz ser vítima de ‘guerra jurídica brutal’ após ordem de prisão
O líder cocaleiro de 65 anos foi acusado do crime de ‘tráfico de pessoas qualificado’, informou o Ministério Público na segunda-feira 16


O ex-presidente da Bolívia Evo Morales disse, nesta terça-feira 17, ser “vítima de uma brutal guerra jurídica” orquestrada pelo presidente Luis Arce, seu ex-aliado, após o Ministério Público pedir sua prisão pelo escândalo do suposto abuso de uma menor enquanto estava no poder.
“Denuncio ao mundo que sou vítima de uma brutal guerra jurídica (lawfare) executada pelo governo de Luis Arce, que se comprometeu a me entregar como troféu de guerra aos EUA”, escreveu Morales no X.
O líder cocaleiro de 65 anos foi acusado do crime de “tráfico de pessoas qualificado”, informou o Ministério Público na segunda-feira 16.
A promotora à frente do caso também solicitou uma “medida excepcional de prisão preventiva por seis meses em uma prisão pública”.
A hipótese do MP é que Morales, que governou o país entre 2006 e 2019, teria cometido o crime de “tráfico” envolvendo uma menor, a partir de um suposto acordo com os pais da adolescente, que tinha 5 anos.
Protegido por sua base na região cocaleira de Chapare, o ex-presidente foi inicialmente investigado por estupro, crime sobre o qual o MP não se pronunciou mais.
“Estou sofrendo há algum tempo um constante bombardeio de difamação e insultos”, acrescentou Morales, que em outubro denunciou uma suposta tentativa de atentado contra sua vida.
“O governo tem um exército de promotores, juízes, policiais e militares que não buscam apenas me eliminar política e moralmente, mas fisicamente”, acrescentou.
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