Economia
A avaliação popular sobre a gestão de Haddad na economia, segundo o Datafolha
Brasileiros mostraram baixo conhecimento sobre o pacote de corte de gastos anunciado pelo ministro
Uma pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira 16 aponta haver mais desaprovação do que aprovação enfática à gestão de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.
Segundo o instituto, 34% dos brasileiros classificam a gestão como ruim ou péssima, o mesmo índice dos que a avaliam como regular. Outros 27% a definem como boa ou ótima, enquanto 5% não sabem ou não responderam.
O levantamento foi realizado entre 12 e 13 de dezembro, cerca de duas semanas após o anúncio do pacote de corte de gastos.
A maioria dos brasileiros, porém, não ficou sabendo das medidas do governo. De acordo com o Datafolha, 59% dos entrevistados disse que “não tomou conhecimento” do plano, que visa economizar 70 bilhões de reais entre 2025 e 2026.
Em pronunciamento no rádio e na televisão, o ministro também confirmou a proposta de isentar do Imposto de Renda a população que recebe até 5 mil reais mensais. Sobre esse tema, a maioria dos entrevistados (70%) se disse favorável, enquanto 26% afirmaram ser contra.
Medida por medida
Entre os que disseram estar informados sobre o anúncio de Haddad, a grande maioria (89%) defende iniciativas para fiscalizar os pagamentos do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada, o BPC.
Esse grupo concorda com a proposta do governo de fixar uma idade mínima de 55 anos para os militares se aposentarem, contrariando a regra atual, que não estabelece um tempo mínimo. A ideia conta com o apoio de 73% dos entrevistados.
A maioria (54%) também endossa o plano de proibir que funcionários públicos recebam salários acima de 44 mil reais por mês — atual teto do funcionalismo —, contra 42% que rejeitam a ideia.
O tema ganhou incentivo do governo, que pretende fiscalizar os pagamentos dos chamados “supersalários”. Conforme a Constituição Federal, integrantes da Administração Pública não podem receber salários maiores que a quantia citada, que se refere ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Outro tema de impacto é o reajuste do salário mínimo. Para 61% dos entrevistados, não se deve limitar o aumento real, enquanto 31% acham necessário haver um freio.
O Datafolha ouviu 2.002 pessoas em 113 cidades do País. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais.
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