CartaExpressa
Esforço concentrado: Lira cancela comissões para focar em votações no plenário da Câmara
Medida vale até o fim da semana que vem; plenário deve votar leis orçamentárias, regulamentação da reforma tributária e pacote de corte de gastos


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu cancelar todas as sessões de comissões que aconteceriam entre esta quinta-feira 12 e a próxima sexta-feira 20.
Publicada nesta quinta, a medida serve, segundo Lira, como um “esforço concentrado” para dar conta das votações em plenário.
“O período de 12 a 20 de dezembro de 2024 será destinado exclusivamente à discussão e à votação de matérias no Plenário, sendo vedada a realização de reunião de qualquer natureza e ficando cancelada qualquer convocação de reunião para o período”, diz um trecho da decisão.
Como os parlamentares só têm mais sete dias úteis antes do recesso, Lira quer fazer com que o plenário discuta o projeto de regulamentação da reforma tributária, o pacote de corte de gastos do governo e as leis para o orçamento do ano que vem.
O presidente da Casa, aliás, já sinalizou que o governo Lula (PT) não teria votos suficientes para aprovar o pacote de gastos, mas disse que tentará intensificar as articulações em prol da aprovação. O projeto está sob regime de urgência.
Sobre a reforma tributária, a ideia é que o Senado vote o tema ainda nesta quinta, para que haja tempo hábil para o projeto voltar à Câmara, obedecendo o trâmite legislativo.
No caso da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), os dois projetos são considerados de máxima importância, uma vez que, sem eles, pode haver risco de travamento da máquina administrativa.
Como ambos são discutidos em comissões mistas, que envolvem Câmara e Senado, os temas não serão afetados pelo cancelamento aplicado por Lira, que se restringe à Casa Baixa.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

CCJ do Senado aprova regulamentação da reforma tributária
Por CartaCapital
Corrida contra o tempo: Congresso tenta aprovar Orçamento antes do recesso
Por Agência Senado