Mundo
Detidos em crise pós-eleições são soltos na Venezuela, diz ONG
Mais de 2 mil pessoas foram presas durante protestos após a eleição presidencial de julho


Pelo menos 13 detidos durante a crise pós-eleitoral na Venezuela, incluindo oito adolescentes e uma pessoa com câncer, foram libertados, informaram ONGs nesta quarta-feira 11.
Essas solturas ocorreram na noite de terça-feira e fazem parte de um processo de revisão de casos iniciado pelo Ministério Público no mês passado.
Mais de 2.400 pessoas foram detidas durante os protestos que eclodiram em 29 de julho, um dia depois das eleições nas quais Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato de seis anos e que a oposição chama de fraudulentas.
“Há 13 libertações confirmadas”, disse à AFP Gonzalo Himiob, vice-presidente da ONG Foro Penal, dedicada à defesa de “prisioneiros políticos” na Venezuela. “Oito foram confirmados como adolescentes”.
As libertações ocorreram em Miranda (centro), Anzoátegui (leste) e Lara (oeste), um dia depois de o procurador-geral, Tarek William Saab, reunir-se com familiares dos detidos que na segunda-feira exigiram mais “celeridade” na revisão dos casos.
A ONG Coligação para os Direitos Humanos e Democracia informou que entre os libertados está Yenny Barrios, que faz tratamento com quimioterapia. Seus familiares temiam por sua vida e pediam sua libertação.
“Esperamos que ela possa recuperar a saúde e ter uma recuperação rápida”, disse a ONG no X.
Os protestos deixaram 28 mortos e quase 200 feridos. Entre os detidos, levados para prisões de segurança máxima, estão mais de cem adolescentes.
Saab anunciou em novembro “medidas de liberdade” para 225 pessoas no processo de revisão dos casos, embora a Foro Penal tenha conseguido confirmar 169 libertações.
Segundo esta ONG, há 1.905 “presos políticos” na Venezuela.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.