Sustentabilidade

PF faz operação contra grilagem e afasta diretor de órgão ambiental do Amazonas

Segundo a investigação, o suposto esquema pode ter movimentado 1,6 bilhão de reais

PF faz operação contra grilagem e afasta diretor de órgão ambiental do Amazonas
PF faz operação contra grilagem e afasta diretor de órgão ambiental do Amazonas
Devastação. De 2020 a 2021, o desmatamento atingiu 13 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia
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A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira 9, mais uma fase da operação que mira um suposto esquema criminoso que envolve grilagem de terras, exploração ilegal de madeira e fraudes na geração de créditos de carbono na Amazônia.

Durante a ação, a PF prendeu dois servidores e afastou o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do AmazonasJuliano Valente. Outro quatro funcionários do órgão do governo do Amazonas responsável por fiscalização e licenciamento ambientais no estado também foram afastados.

Os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão em endereços ligados à superintendente de Agricultura e Pecuária no Amazonas, Dionísia Soares Campos – filha do deputado estadual Sinésio Campos (PT-AM).

Por meio de nota, o governo do Amazonas disse não compactuar “com quaisquer práticas ilícitas de seus servidores e, dessa forma, os envolvidos na operação serão afastados e exonerados de seus cargos”. Afirmou ainda que acompanhará as investigações e está à disposição para auxiliar as autoridades no caso.

A batida policial desta segunda foi batizada de Operação Expurgare. Trata-se de um desdobramento da Operação Greenwashing, cuja investigação resultou em prisões e buscas e apreensões em junho deste ano. A atual fase está mais focada na investigação sobre esquema de “esquentamento” de madeira ilegal.

De acordo com as apuração, a organização criminosa contava com participação de servidores em cargos estratégicos e de direção do IPAM. “Esses servidores utilizavam suas posições para facilitar práticas ilegais, como a emissão de licenças ambientais fraudulentas, suspensão de multas e autorizações irregulares para desmatamento“, explicou a PF.

Entre 2016 e 2018, o grupo expandiu suas atividades ilícitas, reutilizando títulos de propriedade e inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária, com a colaboração de servidores públicos e responsáveis técnicos.

Ao todo, o suposto esquema de grilagem, esquentamento de madeira e geração de créditos de carbono pode ter movimentado 1,6 bilhão de reais, segundo a PF, valor que deve ser bloqueado. A investigação é conduzida pela Superintendência da Polícia Federal em Rondônia.

Os envolvidos neste caso já haviam sido indiciados em 2019 durante a Operação Arquimedes, que investigou um esquema de pagamento de propina por madeireiras com atuação ilegal na região amazônica.

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