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China anuncia ‘flexibilização’ monetária em 2025 para estimular sua economia

A segunda maior economia do mundo tenta evitar o fantasma da deflação, desencadeada por uma grave crise imobiliária e por níveis de consumo inferiores aos observados antes da pandemia

China anuncia ‘flexibilização’ monetária em 2025 para estimular sua economia
China anuncia ‘flexibilização’ monetária em 2025 para estimular sua economia
O presidente da China, Xi Jinping. Foto: Noel Celis/AFP
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Os líderes políticos chineses, incluindo o presidente Xi Jinping, anunciaram nesta segunda-feira (9) que querem “flexibilizar” a política monetária do país no próximo ano, em um momento em que Pequim tenta contornar a desaceleração da segunda maior economia do mundo.

Esta mudança no discurso oficial ocorre pouco antes de uma importante conferência econômica que poderá delinear novas medidas de apoio esta semana.

O anúncio também surge um mês antes do retorno à Casa Branca de Donald Trump, que ameaçou aumentar as tarifas americanas sobre as exportações chinesas, um risco para o motor do crescimento chinês.

Os 24 membros do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista, um órgão de tomada de decisões, reuniram-se nesta segunda-feira para “analisar e estudar” futuras medidas econômicas em 2025, segundo a agência de notícias estatal Xinhua.

“Temos que estimular intensamente o consumo, melhorar a eficiência dos investimentos e ampliar globalmente a demanda interna”, declararam os líderes.

“No próximo ano, devemos (…) aplicar uma política fiscal mais proativa e uma flexibilização adequada da política monetária”, acrescentaram.

É a primeira vez que membros do Bureau Político usam esse termo desde 2011, segundo especialistas da SG Markets.

Esta mudança de tom provocou euforia nos mercados, que aguardavam qualquer sinal de maior incentivo econômico por parte de Pequim: na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng subiu cerca de 3% pouco antes de fechar.

Esta intenção “mostra que o governo reconhece a urgência dos desafios econômicos enfrentados pela China“, segundo a SG Markets.

A segunda maior economia do mundo tenta evitar o fantasma da deflação, desencadeada por uma grave crise imobiliária e por níveis de consumo muito inferiores aos observados antes da pandemia.

Durante vários meses, Pequim multiplicou os planos para estimular a economia, incluindo uma redução das taxas de juros e um aumento do teto da dívida dos governos locais.

Em outubro, o banco central também anunciou o corte de duas estratégicas taxas de juros para níveis historicamente baixos.

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