Política

Anielle pede urgência na implementação de regras para câmeras corporais na PM de SP

As falas da ministra são em meio a uma onda de casos de violência policial no estado.

Anielle pede urgência na implementação de regras para câmeras corporais na PM de SP
Anielle pede urgência na implementação de regras para câmeras corporais na PM de SP
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Foto: José Cruz/Agência Brasil
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A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, pediu que o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) implemente com urgência as novas diretrizes previstas pelo Ministério da Justiça para o uso de câmeras corporais na Polícia Militar de São Paulo.

Quantas vidas poderiam ter sido poupadas se as câmeras já estivessem sendo usadas? Estamos enviando hoje um ofício à Secretaria de Segurança Pública, ao MP e a Defensoria do Estado de São Paulo solicitando a urgência da implementação dessa política”, disse na ministra nesta sexta-feira 6.

As falas da ministra são em meio a uma onda de casos de violência policial no estado. Episódios como o do homem arremessado de uma ponte por um policial militar e os tiros nas costas disparados por um PM de folga contra um suspeito de roubar produtos de limpeza, geraram uma crise que o governador tenta contornar.

Nas suas redes sociais, Anielle ainda lembrou que a população negra é a mais afetada pela violência policial. “80% das mortes violentas por policiais são de homens negros. Sem vida não há a garantia de nenhum direito mais”, disse.

No fim de maio, o Ministério da Justiça publicou diretrizes sobre a utilização das câmeras. O texto deixa a escolha a cargo das secretarias estaduais de Segurança, mas recomenda que a adesão seja “preferencialmente” pelo modelo de acionamento automático.

Também prevê 16 situações em que os equipamentos precisam obrigatoriamente estar ligados. São elas:

  • no atendimento de ocorrências;
  • nas atividades que demandem atuação ostensiva, seja ordinária, extraordinária ou especializada;
  • na identificação e na checagem de bens;
  • durante buscas pessoais, veiculares ou domiciliares;
  • ao longo de ações operacionais, inclusive aquelas que envolvam manifestações, controle de distúrbios civis,
  • interdições ou reintegrações de posse;
  • no cumprimento de determinações de autoridades policiais ou judiciárias e de mandados judiciais;
  • nas perícias externas;
  • nas atividades de fiscalização e vistoria técnica;
  • nas ações de busca, salvamento e resgate;
  • nas escoltas de custodiados;
  • em todas as interações entre policiais e custodiados, dentro ou fora do ambiente prisional;
  • durante as rotinas carcerárias, inclusive no atendimento a visitantes e advogados;
  • nas intervenções e na resolução de crises, motins e rebeliões no sistema prisional;
    nas situações de oposição à atuação policial, de potencial confronto ou de uso de força física;
  • nos sinistros de trânsito; e
  • no patrulhamento preventivo e ostensivo ou na execução de diligências de rotina em que ocorram ou possam ocorrer prisões, atos de violência, lesões corporais ou mortes.

Embora os estados não sejam obrigados a aderir às diretrizes, aqueles que as seguirem receberão recursos federais como forma de incentivo.

A portaria prevê que o repasse de verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional para a implementação ou a ampliação de projetos de câmeras corporais “está condicionado à observância das diretrizes estabelecidas”.

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