Política

Deputados protocolam pedido de impeachment de Derrite, secretário de Segurança de SP

Assinam a solicitação contra o bolsonarista 26 parlamentares estaduais de partidos de oposição

Deputados protocolam pedido de impeachment de Derrite, secretário de Segurança de SP
Deputados protocolam pedido de impeachment de Derrite, secretário de Segurança de SP
O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Foto: Marco A. Cardelino/Alesp
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Deputados estaduais de partidos de oposição ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo protocolaram, nesta sexta-feira 6, um pedido de impeachment do secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, em meio à explosão de casos de violência policial com grande repercussão midiática.

O pedido é assinado por 26 parlamentares, filiados a cinco legendas: PSOL, PT, PSB, Rede e PCdoB. A iniciativa tem a liderança do deputado Guilherme Cortez (PSOL).

“O que estamos vendo não são acidentes ou atitudes de policiais desequilibrados. Isso tudo é fruto de uma política intencional, consciente e deliberada do governo e da SSP de incitar os agentes a cometerem crimes”, afirmou Cortez em coletiva de imprensa.

A solicitação sustenta que Derrite cometeu crimes de responsabilidade, de atentado ao livre exercício do direito social à segurança pública e de atentado à probidade da administração. A avaliação dos deputados é que o secretário não age para coibir os episódios violentos.

“Apesar da frequência e da gravidade dos casos, o costumeiro encaminhamento do secretário aqui denunciado é de afastar os policiais envolvidos das ruas por curtíssimo espaço de tempo para avaliação superficial de seus superiores, retornando ao trabalho quase automaticamente. Essa conduta reforça a sensação de impunidade dentro da Polícia Militar de São Paulo, conforme relatado por integrantes da própria corporação”, descreve o texto.

O documento destaca ainda o aumento de 46% na letalidade policial entre 2023 e 2024, a falha na implementação de câmeras corporais, a ausência de investigação sobre abusos e o incentivo ao uso excessivo de força por parte da polícia.

“É uma pretensa política de segurança que não torna São Paulo mais segura para ninguém. Só estimula a violência e descredibiliza as instituições que deveriam trabalhar para a população, tornando a segurança pública de São Paulo despreparada”, complementou Cortez.

Após a apresentação do pedido, caberá ao presidente da Alesp, André do Prado (PL), acatá-lo ou não. Se for aceito, haverá a criação de um tribunal misto presidido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

CartaCapital entrou em contato com o governo de São Paulo em busca de uma manifestação sobre o pedido de impeachment, mas não recebeu retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Assinaram o pedido os deputados estaduais:

  • Ana Perugini (PT)
  • Andréa Werner (PSB)
  • Beth Sahão (PT)
  • Carlos Giannazi (PSOL)
  • Donato (PT)
  • Ediane Maria (PSOL)
  • Eduardo Suplicy (PT)
  • Emídio De Souza (PT)
  • Enio Tatto (PT)
  • Guilherme Cortez (PSOL)
  • Jorge Do Carmo (PT)
  • Leci Brandão (PCdoB)
  • Luiz Claudio Marcolino (PT)
  • Luiz Fernando T. Ferreira (PT)
  • Márcia Lia (PT)
  • Professora Bebel (PT)
  • Marina Helou (Rede)
  • Maurici (PT)
  • Monica Seixas (PSOL)
  • Paula da Bancada Feminista (PSOL)
  • Reis (PT)
  • Paulo Fiorilo (PT)
  • Rômulo Fernandes (PT)
  • Simão Pedro (PT)
  • Teonilio Barba (PT)
  • Thainara Faria (PT)

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