StudioCarta
Proteção completa
Novas modalidades de seguro de vida incluem cobertura contra crimes cibernéticos
O mercado de seguros no Brasil está em plena expansão, com um crescimento de dois dígitos nos últimos cinco anos. O faturamento alcançou 324,5 bilhões de reais até setembro, alta de 13,4% em relação ao mesmo período de 2023, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep). As perspectivas são promissoras, já que nove em cada dez brasileiros ainda não têm uma apólice. Nas classes A, B e C, com alto potencial para contratar um seguro de vida, perto de 37 milhões de pessoas acima de 18 anos seguem desprotegidas. Em um país com mais de um celular por habitante, onde um aparelho é roubado ou furtado a cada 33 segundos, o Brasil conta com pouco mais de 10 milhões de aparelhos protegidos por algum tipo de cobertura.
A expansão do setor tem sido acompanhada por novos produtos, pela ampliação da base de clientes e por novos hábitos de consumo da população. A pandemia, por exemplo, ampliou o comércio eletrônico e o uso de internet para realizar transações, ao mesmo tempo o Pix ganhou espaço no mercado bancário. Recentemente, foi lançada a possibilidade de fazer a transação por aproximação. O Google anunciou em novembro o lançamento do pagamento com Pix por aproximação para clientes de sua carteira digital, que poderão pagar sua conta aproximando o celular de uma máquina de cartão.
Pesquisa do IBGE revela que 72,5 milhões dos domicílios tinham acesso à internet em agosto de 2024, aumento de um ponto porcentual em relação a 2022. Nas áreas urbanas, o porcentual passou de 93,5% para 94,1% e, nas áreas rurais, de 78,1% para 81,0%. Esse avanço tem incorporado novas tecnologias no dia a dia. O Brasil tem 480 milhões de dispositivos digitais – computador, notebook, tablet e smartphone – em uso, de acordo com o Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV.
O avanço do mundo virtual tem feito o comércio eletrônico bater recordes sucessivos. As vendas digitais da sexta-feira da Black Friday deste ano somaram 4,3 bilhões de reais, alta de 8,4% em relação ao ano passado, quando o faturamento chegou a 3,9 bilhões, segundo a Neotrust Confi, empresa de soluções de inteligência para o varejo online. O bom resultado deve fazer o comércio eletrônico brasileiro superar o recorde de vendas neste ano, de acordo com estudo da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). No ano anterior, o setor vendeu o maior montante de sua história, registrando uma receita de 205,1 bilhões.
A revolução digital coincide, porém, com o avanço de fraudes e ameaças digitais. Em 2025, os prejuízos com crimes cibernéticos devem chegar a 12 trilhões de dólares em todo o mundo. No Brasil, com sua alta de conectividade, as ameaças são crescentes. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram 1,9 milhão de golpes virtuais em 2023, equivalentes a um golpe registrado no País a cada 16 segundos.
A aceleração digital dos negócios desde a pandemia provocou o surgimento de novos produtos financeiros. Os brasileiros realizaram em 2023 quase 42 bilhões de transações por Pix, crescimento de 75%, em relação ao ano anterior. O Pix é, hoje, a forma mais popular de pagar uma conta ou transferir dinheiro, com o valor médio de transferência de 420 reais. Os dados sobre meios de pagamento são da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), baseados em levantamentos do Banco Central e da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Com mais de 50 anos de história, 3 milhões de apólices emitidas e 1,9 bilhão de reais em faturamento, a Kovr desenvolveu um seguro específico para o Pix, com o suporte financeiro de um grande banco. Em parceria com a fintech PicPay, a empresa criou o seguro Pix & Conta, que cobre operações realizadas sob coação ou em casos de furto ou roubo de celular. As inovações resultaram na redução do tíquete médio das apólices, que caiu de 1,3 mil reais para 195 reais anuais, ou apenas 16,25 reais por mês, tornando o acesso a esses produtos mais democrático. Outro exemplo são os seguros contra perda e roubo de cartão, seguro para celular e seguro cibernético para pessoa física, modalidades que a empresa oferece a partir de 4,90 reais por mês.
A seguradora também tem buscado diversificar com um produto bastante inovador: o Seguro Viva + Protegido, que combina seguro de vida física com seguro para a vida digital, tudo em um único pacote. No Vida Física, o cliente tem uma cobertura de até 300 mil reais, com assistência funeral, hospitalização, invalidez por acidente (total ou parcial) e ainda pode usufruir de um cartão saúde, com assistência médica, médicos credenciados com preço tabelado e consultas online. Já o Vida Digital combina outros dois produtos: o Seguro Cyber e o Seguro Pix & Conta.
O Seguro Cyber garante uma indenização caso o segurado seja vítima de ataques cibernéticos que resultem em prejuízos financeiros, conforme os riscos cobertos. Esse produto também oferece diversos serviços preventivos, como monitoramento de dados e vulnerabilidades, antivírus BitDefender gratuito, além de suporte de especialistas em cibersegurança sempre que necessário, sem custos adicionais. Já o Seguro Pix & Conta protege o segurado em caso de prejuízos financeiros decorrentes de transações indevidas (inclusive Pix) na conta digital por terceiros sob coação, após a perda ou roubo do smartphone, ou em caso de roubo ou furto qualificado.
A pandemia também aumentou a preocupação de viajantes com gastos de despesas médicas e perda de bagagens. Para oferecer proteção a esse público, a Kovr firmou recente parceria com a Affinity Seguro Viagem. No acumulado de janeiro a setembro de 2024, as receitas do turismo nacional atingiram em torno de 148,3 bilhões de reais, estabelecendo também um recorde nos últimos 13 anos de mensuração pela Fecomercio de São Paulo.
A Kovr fez ainda uma parceria com a Autoday, que já ultrapassou a marca de 120 mil apólices emitidas. Atualmente, o mercado de seguro de automóveis cobre apenas 30% da frota de carros, devido aos altos custos, burocracias e restrições. A ideia é oferecer produtos inovadores, de baixo custo e flexíveis, que se adaptam às necessidades dos parceiros e, consequentemente, ao dia a dia dos consumidores que querem proteger seus veículos sem ter desperdícios no orçamento.
Dicas essenciais

Verifique se você está usando
uma conexão segura com a Internet Embora o uso de Wi-Fi público não seja recomendado, às vezes é inevitável quando você está fora de casa. No entanto, quando você entra online em um local público e usa uma conexão Wi-Fi pública, você não tem controle direto sobre sua segurança, o que pode deixá-lo vulnerável a ataques cibernéticos. Se estiver usando Wi-Fi público, evite realizar transações pessoais que usem dados confidenciais, como acessar bancos online ou fazer compras online.

Mantenha o software
e os sistemas operacionais atualizadosDesenvolvedores estão sempre trabalhando para tornar produtos seguros, monitorando as ameaças mais recentes e fornecendo patches de segurança em caso de vulnerabilidades em seus softwares.

Escolha senhas fortes
As senhas são um dos maiores pontos fracos quando se trata de cibersegurança. Com frequência as pessoas escolhem senhas que são fáceis de lembrar e, portanto, fáceis para os hackers descobrirem com software de hacking. Além disso, usar a mesma senha para vários sites submete seus dados a um risco ainda maior. Se os hackers obtiverem suas credenciais de um site, eles poderão acessar outros sites que usam os mesmos detalhes de login.

Verifique se os sites parecem confiáveis
É crucial que qualquer site que você visite, especialmente nos quais você faz transações (como sites de comércio eletrônico), seja confiável. Um elemento importante a ser observado é um certificado de segurança/SSL.
Fonte: Kaspersky
Publicado na edição n° 1340 de CartaCapital, em 11 de dezembro de 2024.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Proteção completa ‘