Educação

Professores do Rio decidem manter greve mesmo após derrota na Justiça

O presidente do TJ-RJ, Ricardo Rodrigues Cardoso, determinou a imediata interrupção do movimento e o retorno dos servidores ao trabalho

Professores do Rio decidem manter greve mesmo após derrota na Justiça
Professores do Rio decidem manter greve mesmo após derrota na Justiça
Assembleia de profissionais de educação da rede municipal do Rio deliberou por greve por tempo indeterminado. Créditos: SEPE RJ
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Os professores da rede municipal do Rio de Janeiro decidiram manter a greve, mesmo após a Justiça determinar a suspensão do movimento.

A decisão foi tomada por unanimidade, nesta sexta-feira 29, após uma assembleia convocada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio.

A categoria também definiu uma agenda de ações ligadas à greve, em meio ao descontentamento sobre um projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal pelo prefeito Eduardo Paes (PSD). Educadores afirmam que o PL, que estabelece novas regras para o plano de cargos e salários, ataca direitos dos servidores municipais, como férias e licença especial.

A votação do projeto, marcada para a terça-feira 3, foi confirmada, ainda que a direção do sindicato tenha se reunido com a presidência da Câmara para pedir a retirada do item da pauta, sob a alegação de que a matéria não foi adequadamente discutida nas comissões e de que ela gera impactos negativos sobre a carreira dos profissionais de Educação.

O presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD), disse que não pode retirar o projeto da pauta, por ter sido enviado pela prefeitura. Segundo ele, a Casa tem o dever de realizar a votação.

Para terça-feira, os professores preveem uma passeata da Candelária até a Cinelândia, às 9h. Na quarta, deve haver uma nova assembleia.

Justiça determinou o fim da greve; professores vão recorrer

A categoria também informou que recorrerá da decisão judicial pela suspensão da greve.

Na quinta-feira 28, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o desembargador Ricardo Rodrigues Cardoso, determinou a imediata interrupção da paralisação dos professores.

A decisão atendeu a um pedido da prefeitou, que alegou haver ilegalidade na greve. “O município informou que não houve aviso prévio em relação ao movimento grevista e nem tentativa de diálogo entre a categoria e a Secretaria Municipal de Educação”, informou o TJ-RJ.

Na avaliação do presidente do tribunal, o sindicato não cumpriu “elementos básicos para garantir a legalidade da greve”, como o esgotamento da tentativa de diálogo e a notificação prévia mínima de 48 horas. O desembargador determinou ainda que a prefeitura desconte o salário proporcional aos dias de paralisação.

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