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Lula diz que ‘ninguém mais pode desmentir’ trama golpista após inquérito da PF
Esta é a primeira manifestação do petista após o indiciamento de Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas


O presidente Lula (PT) disse que “ninguém mais pode desmentir” ter havido uma articulação golpista para impedi-lo de assumir o comando do Executivo Federal, em janeiro do ano passado. Esta é a primeira manifestação pública do petista sobre o tema após a Polícia Federal concluir o inquérito sobre a tentativa de golpe.
As declarações foram dadas durante solenidade no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira 28. “Vocês sabem o que está acontecendo na política mundial e na política brasileira. Vocês sabem a quantidade de mentira, de ódio, sabem a tentativa de golpe, que agora está ficando verdadeiro, ninguém mais pode desmentir”, afirmou.
O evento em Brasília marcou o lançamento do Programa Periferia Viva, que prevê a urbanização de favelas com foco em quatro eixos: infraestrutura urbana, equipamentos sociais, fortalecimento social e comunitário, e inovação, tecnologia e oportunidades.
Jair Bolsonaro (PL), antecessor de Lula na Presidência, e outras 36 pessoas foram indiciadas pela PF na semana passada por envolvimento na trama golpista. O relatório final da investigação está na Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer denúncia contra o grupo, pedir novas diligências ou defender o arquivamento do caso.
Os investigadores da PF enquadraram o grupo em três crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. As penas para os delitos podem chegar a 28 anos de prisão, se somadas.
De acordo com as apurações, o plano para manter Bolsonaro no poder envolvia o assassinato de Lula, do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. A investigação também concluiu que o então mandatário planejou e exerceu um domínio direto sobre a articulação golpista.
A ruptura democrática só não ocorreu, sustentou a PF, “circunstâncias alheias à vontade” de Bolsonaro. O ex-presidente nega as acusações e diz ser alvo de perseguição política.
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