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Presidente do Chile nega categoricamente denúncia de assédio sexual
Denúncia realizada em setembro deste ano cita um suposto assédio cometido em 2013, quando Gabriel Boric tinha 27 anos e não era presidente do país


O presidente do Chile, Gabriel Boric, enfrenta uma denúncia de suposto assédio sexual contra uma mulher há 10 anos, que ele nega “categoricamente”, informou sua defesa na segunda-feira à noite.
“O presidente (…) rejeita e desmente categoricamente a denúncia de um suposto fato ocorrido em 2013, quando ele tinha 27 anos e havia acabado de finalizar os estudos de Direito”, afirmou o advogado Jonatan Valenzuela em um comunicado.
A denúncia foi apresentada em 6 de setembro na Procuradoria regional de Magallanes, no extremo sul do Chile.
O chefe do Ministério Público da região, Cristián Crisosto, confirmou que “existe um processo criminal relacionado aos fatos indicados”.
Uma equipe especial do Ministério Público é responsável pela investigação, disse o promotor Crisosto, que não revelou mais detalhes do caso.
De acordo com a defesa do presidente chileno de 38 anos, a denúncia foi apresentada por uma mulher que na época enviou 25 e-mails a Boric, um deles com imagens explícitas, um envio “não solicitada nem consentido”.
Dez anos depois, a mulher “apresentou uma denúncia sem qualquer fundamento contra o já presidente Gabriel Boric”.
“Meu representado jamais teve uma relação afetiva nem de amizade com ela e não tiveram comunicação desde julho de 2014”, acrescentou Valenzuela.
Boric, que em 2026 completará seu mandato de quatro anos sem direito à reeleição, tem foro especial e, para ser investigado, a Justiça antes deve aprovar um julgamento da imunidade.
O caso contra Boric ocorre no momento em que seu governo enfrenta um escândalo por acusações de abuso sexual e estupro contra o ex-homem forte do governo na área de segurança, Manuel Monsalve, que está em prisão preventiva há uma semana.
Na campanha para sua eleição em 2021, Boric foi acusado der outro suposto assédio sexual que também negou na época. A denúncia nunca foi investigada criminalmente.
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