Economia
Lira reage ao Carrefour e defende pautar ‘reciprocidade econômica’ na Câmara
O CEO da empresa, Alexandre Bompard, anunciou que deixaria de comprar carnes vendidas por países do Mercosul


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sugeriu, nesta segunda-feira 25, que o Congresso Nacional paute medidas de “reciprocidade econômica” contra a França, após a declaração do CEO do Carrefour, o francês Alexandre Bompard, de que deixaria de comprar carnes vendidas por países do Mercosul.
“Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul”, afirmou, durante a abertura de um evento promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo em São Paulo.
Segundo Lira, deve haver uma resposta do Legislativo, dos empresários e da população “para que esse protecionismo exagerado, sobretudo da França, não seja motivo de injusto protecionismo contra interesses de quem protege (o meio ambiente) debaixo da lei mais rígida com nosso código brasileiro florestal”.
A polêmica acerca das relações comerciais entre os produtores brasileiros e o varejo francês começou depois de o CEO global do Carrefour publicar um comunicado em suas redes sociais, na última quarta-feira 20, firmando o compromisso de não comercializar carnes provenientes do Mercosul.
“No Carrefour, estamos prontos, qualquer que seja o preço e a quantidade de carne que o Mercosul venha a nos oferecer”, disse Bompard, na ocasião.
Um dia após o anúncio, o escritório do Carrefour na França informou, em nota, que a medida anunciada valeria apenas para as lojas da rede no país e que em todas as demais nações onde o grupo funciona, inclusive Brasil e Argentina, continuaria a comercializar carne do Mercosul.
Também nesta segunda-feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), reagiu com indignação às declarações e manifestou apoio ao boicote anunciado por empresas brasileiras do setor, que podem paralisar a venda de carne e de frango à rede nacional do grupo francês. Segundo Fávaro, a decisão tem o apoio integral da pasta e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, que reúne 43 empresas do setor, responsáveis por 98% da carne negociada para mercados internacionais.
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