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Juiz determina prisão para irmão da presidente do Peru, acusado de corrupção

Nicanor Boluarte é acusado pelo Ministério Público de comandar uma rede de corrupção que nomeava funcionários em troca de propina

Juiz determina prisão para irmão da presidente do Peru, acusado de corrupção
Juiz determina prisão para irmão da presidente do Peru, acusado de corrupção
A presidente do Peru, Dina Boluarte. Foto: Luis Acosta/AFP
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Um tribunal ditou nesta terça-feira 19 36 meses de prisão preventiva para o irmão mais velho e ex-assessor da presidente do Peru, Dina Boluarte, por seu suposto envolvimento em um esquema de corrupção.

“Quanto a Nicanor Boluarte Zegarra, deve-se impor um mandado de prisão preventiva porque se trata de uma medida proporcional para seu caso concreto”, disse o juiz Richard Concepción Carhuancho ao anunciar o veredicto.

“Será imposto o prazo de 36 meses”, acrescentou o magistrado, acolhendo o pedido formulado pela promotoria. Também ordenou sua captura.

“Em liberdade, é provável que fuja e atrapalhe as investigações” dada a relação privilegiada de parentesco com a presidente da república, indicou o juiz. O tribunal também impôs 36 meses de prisão preventiva a outros três investigados pelo mesmo caso.

Nicanor Boluarte, de 65 anos, que não compareceu à audiência, é acusado pelo Ministério Público de comandar uma rede de corrupção que nomeava funcionários em troca de propina, aproveitando o “poder de fato” de sua irmã, segundo a Justiça.

O MP pediu a prisão preventiva diante da suspeita de risco de fuga do investigado e para evitar que ele se comunique com os envolvidos no caso.

A lei peruana permite um máximo de 36 meses de prisão preventiva em casos complexos.

O irmão da presidente peruana já esteve detido pelo mesmo caso durante uma semana no mês de maio, mas um juiz revogou sua prisão preliminar e ordenou sua libertação.

Segundo a acusação, os quatro processados recrutavam “filiados” para inscrever um novo partido político, “Cidadãos pelo Peru”, que seria liderado pelo irmão da mandatária.

A promotoria acusa Nicanor de comandar uma rede de corrupção que designava prefeitos e subprefeitos em troca de “dádivas econômicas”. Esses funcionários atuam como representantes do governo nas regiões do país e são nomeados diretamente pela presidente e o ministro do Interior.

A organização “teria criado seu programa criminoso imediatamente após Boluarte” tomar posse como presidente em 7 de dezembro, segundo o Ministério Público.

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