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Não haverá tempo, reconhece Bolsonaro sobre PL da Anistia ainda em 2024
Para favorecer o arranjo, o ex-presidente sinalizou apoio à candidatura de Davi Alcolumbre no Senado


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu que o projeto de lei que pretende anistiar os condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro não deve ser votado ainda neste ano.
Em entrevista ao portal Metrópoles publicada nesta quarta-feira 13, Bolsonaro disse que conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e concordou com a decisão de fazer com que o projeto saísse da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e fosse para uma comissão especial.
“Este ano não vai dar certo, no meu entender”, disse Bolsonaro sobre a votação do PL da Anistia. “Não vai ter tempo para isso. Mas não tínhamos alternativa. Porque, olha só, mesmo se aprovado na comissão…Estava lá conversando com a Carol de Toni (PL-SC), presidente da CCJ, estava indo muito bem. Tínhamos muita esperança de aprovar lá. Agora, indo para a Câmara, teria que ter o Lira para botar em pauta. E tínhamos dúvida se o plenário apoiaria”, afirmou o ex-presidente.
Recentemente, Lira reconheceu que o projeto é “sensível” e que “estava sendo usado inapropriadamente”. Ele comentou que pretende “dar uma solução” ainda durante o seu mandato, que termina no início do ano que vem.
Ainda na entrevista, Bolsonaro disse que o projeto precisa de mais tempo para ser discutido, uma vez que, segundo ele, seria melhor “uma quase certeza” do que se ficar “em uma incerteza o deslinde” da proposta de anistia.
O ex-capitão frisou ainda que o seu partido, o PL, pode apoiar o senador Davi Alcolumbre (União-AP) na candidatura à presidência do Senado. Para isso, a sigla de Valdemar Costa Neto pode ficar com a primeira vice-presidência da Casa. Para Bolsonaro, o arranjo pode ajudar na aprovação do PL da Anistia.
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