Sociedade

Oito PMs implicados por investigação de execução no aeroporto de Guarulhos são afastados

Empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do PCC, foi morto em atentado com 29 tiros; agentes já eram investigados por escolta ilegal

Oito PMs implicados por investigação de execução no aeroporto de Guarulhos são afastados
Oito PMs implicados por investigação de execução no aeroporto de Guarulhos são afastados
Homem é morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Foto: Miguel Schincariol/AFP
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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo anunciou, nesta terça-feira 12, o afastamento preventivo de oito policiais militares suspeitos de envolvimento na execução do empresário e delator Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no último dia 8 no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O crime, ocorrido na área de desembarque, foi capturado por câmeras de segurança, que registraram o momento em que dois homens armados com fuzis dispararam 29 vezes contra a vítima.

Os oito agentes afastados pertencem ao 18º e 23º Batalhões de Polícia Militar Metropolitano, localizados nas zonas Norte e Oeste de São Paulo, respectivamente.

Conforme a Secretaria de Segurança, um inquérito policial militar já havia sido instaurado há mais de um mês pela Corregedoria da PM para investigar a possível atuação dos policiais como seguranças particulares de Gritzbach, o que é proibido pela corporação.

“A apuração preliminar indica que os policiais realizavam escolta privada para um indivíduo envolvido com uma facção criminosa. O inquérito segue em curso para apurar responsabilidades”, afirmou a Secretaria em nota.

Gritzbach, que se apresentava como empresário do setor imobiliário, era réu por lavagem de dinheiro para o crime organizado e por um duplo homicídio.

Em março deste ano, ele firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo, no qual se comprometeu a fornecer informações sobre atividades da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e supostos esquemas ilícitos envolvendo policiais.

Apesar do acordo, o delator reiteradamente solicitou maior proteção aos promotores, afirmando estar jurado de morte por integrantes do PCC devido a suas revelações.

A execução em plena luz do dia e em um local de grande movimento como o aeroporto levanta suspeitas sobre possíveis falhas de segurança e o envolvimento de agentes públicos.

A força-tarefa montada para investigar o caso reúne agentes da Polícia Civil, Militar e Técnico-Científica e trabalha para esclarecer os motivos do crime. Segundo informações iniciais, os investigadores analisam vídeos de câmeras de segurança e tomam depoimentos de testemunhas e sobreviventes para entender a dinâmica do atentado.

Até o momento, nenhum dos criminosos foi identificado ou preso, e a polícia segue em busca de pistas que possam levar à captura dos envolvidos. O caso está sendo tratado como “homicídio, lesão corporal e localização e apreensão de objeto”.

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