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Empresário que admitiu manipulação no futebol em CPI é preso pela Interpol
William Rogatto disse, em depoimento remoto aos parlamentares, ter lucrado R$ 300 milhões com o esquema de apostas e que seria responsável pelo rebaixamento de 42 equipes em diferentes campeonatos


O empresário William Rogatto foi preso nesta sexta-feira 8 pela Interpol, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A prisão ocorre poucas semanas depois de ele revelar, em depoimento à CPI que apura a manipulação de resultados de partidas de futebol, ter lucrado 300 milhões em um esquema de apostas. Ele confessou ter sido o responsável pelo rebaixamento de 42 equipes em diferentes campeonatos do País.
O depoimento em que Rogatto, conhecido como ‘Rei do Rebaixamento’, revelou detalhes do esquema de manipulação foi prestado por videoconferência. Na oitiva, ele afirmou estar em Portugal. Desde então, ele passou a ser monitorado pela Interpol até ser preso em Dubai.
Rogatto era procurado pela Polícia Federal do Brasil desde março, quando foi apontado como chefe de um esquema de manipulação do campeonato brasiliense de futebol. Ele é investigado pelo Ministério Público do DF na operação Fim de Jogo e pela PF na operação Jogada Ensaiada. Rogatto, porém, não foi localizado durante as ações policiais.
Parlamentares que integram a CPI chegaram a cogitar uma ida a Portugal para colher um depoimento de forma presencial. Os senadores chegaram, inclusive, a sugerir uma delação premiada para Rogatto e a entrada no programa de proteção a testemunhas. Nenhuma das ações, porém, saíram do papel.
Carlos Portinho (PL-RJ) informou que já solicitou, como membro da CPI, a extradição de Rogatto. “Hora do canário cantar. O futebol brasileiro tem que saber”, escreveu o senador ao comentar a prisão do empresário em uma rede social.
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