Planet Hemp celebra seus 30 anos em um álbum audiovisual com críticas ao sistema

O Planet Hemp acaba de lançar nas plataformas de música o álbum ao vivo Baseado em Fatos Reais: 30 Anos de Fumaça, gravado em julho deste ano, em São Paulo, com a presença de vários convidados.

Há no registro músicas de seu repertório de três décadas, com letras contra o sistema, de crítica social e pela legalização da maconha. O grupo mostra potência e força musical nesse projeto.

Os últimos anos têm sido marcados pela despedida de bandas brasileiras do palco. Muitas delas, de fato, não tinham mais como evoluir no repertório.

Mas no caso do Planet Hemp, isso não parece cabível. A banda ficou 22 anos sem apresentar um trabalho de inéditas até lançar Jardineiros, em 2022, seguido por Jardineiros: A Colheita, no ano passado — esta é uma extensão do trabalho anterior, com mais sete faixas. Os dois lançamentos mostram uma banda sintonizada com o seu tempo.

Agora, além de apresentar o ativismo agudo dos últimos projetos, reuniu outras músicas do passado contra a hipocrisia e o establishment que continuam atualíssimas. O Planet Hemp se insere como uma banda necessária e, por isso, merece vida longa.

O álbum ao vivo foi produzido por Daniel Ganjaman e lançado por Som Livre e Elemess.

O repertório de 26 faixas e 28 músicas de punk rock, hard rock e rap da banda formada atualmente por Marcelo D2, BNegão (vozes), Formigão (baixo), Pedro Garcia (bateria), Nobru Pederneiras (guitarra), Renato Venom (DJ) e Daniel Ganjaman (teclados), passeia pela discografia do grupo.

As músicas se dividem nos cinco trabalhos de inéditas: Usuário (1995), Os Cães Ladram mas a Caravana Não Para (1997), A Invasão do Sagaz Homem Fumaça (2000), Jardineiros (2022) e Jardineiros: A Colheita (2023).

Participam da gravação ao vivo ex-integrantes do Planet Hemp, como Seu Jorge (foi percussionista nos anos 2000), Zegon (DJ da banda em seu início) e Black Alien (voz). A presença de Black Alien, a propósito, é o auge do registro, cantando Queimando Tudo, Deisdazseis, Zero Vinte Um e Contexto, todas dos três primeiros álbuns.

Emicida, Criolo, Major RD, Rodrigo Lima (do Dead Fish), Mike Muir (vocalista do Suicidal Tendencies) e Kamau também fazem parte do show.

BaianaSystem faz uma participação poderosa, com Russo Passapusso à frente. Com Planet Hemp, eles fazem o pot-pourri Dig Dig Dig e Duas Cidades —esta do grupo baiano.

Ainda marcam presença Pitty, que canta seu sucesso Admirável Chip Novo, e a banda de punk rock As Mercenárias, com Me Perco Nesse Tempo.

É um registro audiovisual e tanto, com direito a roda punk na plateia e um balão gigante em formato de baseado circulando no público.