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Assassinato em aeroporto é um grande alerta para o governo, diz membro do Fórum de Segurança Pública

A vítima é um empresário jurado de morte pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital

Assassinato em aeroporto é um grande alerta para o governo, diz membro do Fórum de Segurança Pública
Assassinato em aeroporto é um grande alerta para o governo, diz membro do Fórum de Segurança Pública
Homem é morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Foto: Miguel Schincariol/AFP
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Um homem morreu e pelo menos outras três pessoas foram atingidas por tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde desta sexta-feira 8. Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário jurado de morte pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital, morreu na hora. O caso ocorreu na saída do terminal 2.

A CartaCapital, Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas e integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirmou que o episódio evidencia que o crime organizado “está longe de estar sob controle”.

“Tem agido com ousadia e é um sinal de alerta muito grande para a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em relação ao crime organizado, que tem forças muito maiores do que parece ser considerado“, advertiu.

Os disparos são investigados como execução para queima de arquivo. Gritzbach, que firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público paulista, era suspeito de mandar matar dois membros do PCC em 2021: Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Os dois foram assassinados em 27 de dezembro daquele ano.

Gritzbach voltava de Goiânia com a namorada nesta sexta. Segundo imagens divulgadas por emissoras de televisão, ele havia acabado de deixar a área de desembarque no momento em que homens encapuzados desceram de um Gol preto e atiraram.

Agentes fazem a perícia após assassinato a tiros no Aeroporto de Guarulhos. Foto: Miguel Schincariol/AFP

Gravações compartilhadas nas redes sociais também mostram a correria no aeroporto e outras duas vítimas: uma na parte interna e outra perto das portas, mas na área externa. Cerca de 30 cápsulas foram recolhidas.

O veículo utilizado no ataque foi posteriormente encontrado por policiais do Choque a aproximadamente seis quilômetros do aeroporto. Os suspeitos, contudo, seguem foragidos.

“Estava jurado de morte. Já havia tido uma tentativa de matar essa pessoa em um momento anterior. Mais uma ação em que conseguiram ter sucesso”, resume Alcadipani. “Uma ação muito problemática e preocupante”.

O professor se refere ao fato de que o empresário sofreu um atentado no Tatuapé, zona leste da capital paulista, no fim de 2023.

Em nota, a GRU Airpport, concessionária responsável pela administração, disse que a polícia e a equipe médica foram prontamente acionadas.

Gritzbach e o agente penitenciário David Moreira da Silva foram acusados formalmente pelo Ministério Público pelos assassinatos de Cara Preta e Sem Sangue.

Segundo o MP-SP, Cara Preta era um integrante influente do PCC e estava envolvido com o tráfico internacional de drogas. Já Sem Sangue era motorista e braço direito dele.

O empresário e o agente penitenciário chegaram a ficar presos e foram denunciados à Justiça, mas respondiam ao processo em liberdade.

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