Economia
Lula suspende reunião sobre corte de gastos e retomará discussão nesta sexta
O encontro desta quinta se estendeu e contou com mais ministros do que o plano inicial
O presidente Lula (PT) comandou uma longa reunião nesta quinta-feira 7 sobre o pacote de corte de gastos a ser anunciado pelo governo. Não houve, porém, a divulgação de qualquer medida, e as discussões continuarão na tarde desta sexta 8.
O plano inicial era que o encontro durasse uma hora e meia, entre 9h30 e 11h, com a participação dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT); da Casa Civil, Rui Costa (PT); do Planejamento, Simone Tebet (MDB); e de Gestão e Inovação, Esther Dweck.
Ao longo do dia, porém, outros ministros se juntaram à discussão: Camilo Santana (PT), da Educação; Luiz Marinho (PT), do Trabalho; Nísia Trindade, da Saúde; e Paulo Pimenta (PT), da Secretaria de Comunicação Social.
A reunião se estendeu desde a manhã, com uma pausa de três horas por volta das 13h30, e só foi suspensa às 18h.
Para a retomada das conversas às 14h desta sexta, Haddad cancelou uma viagem a São Paulo e permanecerá em Brasília.
O ministro da Fazenda afirmou na quarta-feira haver “dois detalhes” a serem definidos com Lula nesta quinta. Ele não explicou quais eram as pendências, mas disse que elas “não interferem no desenho do macro”.
Em meio ao debate sobre a contenção de despesas, Lula questionou na quarta a disposição do Congresso Nacional de equilibrar as contas públicas reduzindo o valor das emendas parlamentares. Em entrevista ao senador Jorge Kajuru (PSB-GO), o presidente também voltou a alfinetar o mercado financeiro.
“Às vezes acho que o mercado age com uma certa hipocrisia, com uma contribuição muito grande da imprensa brasileira para criar confusão na cabeça da sociedade”, afirmou. “Não podemos jogar, toda vez que tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas.”
A política fiscal também foi pauta do comunicado emitido pelo Banco Central após o Comitê de Política Monetária decidir, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto percentual. Com isso, o índice saltou de 10,75% para 11,25% ao ano.
“O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, diz o texto.
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