Mundo

Partido Democrata abandonou a classe trabalhadora, diz Bernie Sanders após derrota de Kamala

O senador, uma das principais referências da esquerda norte-americana, cobrou ‘discussões políticas muito sérias’

Partido Democrata abandonou a classe trabalhadora, diz Bernie Sanders após derrota de Kamala
Partido Democrata abandonou a classe trabalhadora, diz Bernie Sanders após derrota de Kamala
O senador dos Estados Unidos Bernie Sanders. Foto: ALEX WONG/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/Getty Images via AFP
Apoie Siga-nos no

O senador Bernie Sanders, do estado norte-americano de Vermont, criticou os rumos do Partido Democrata ao analisar a derrota de Kamala Harris para Donald Trump na eleição presidencial. Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira 6, ele afirmou não ser surpreendente que uma legenda, após “abandonar a classe trabalhadora, descubra que a classe trabalhadora a abandonou”.

Segundo Sanders, uma das principais lideranças da esquerda nos Estados Unidos, enquanto a cúpula democrata defende o staus quo, o povo deseja — com razão — mudanças.

“Apesar da forte oposição da maioria dos americanos, continuamos a gastar bilhões financiando a guerra total do governo extremista de Netanyahu contra o povo palestino, que levou ao terrível desastre humanitário de desnutrição em massa e fome de milhares de crianças”, declarou.

Além disso, de acordo com o senador reeleito, há o fator da desilusão dos jovens, que terão um padrão de vida inferior ao de seus pais, apesar de uma explosão tecnológica e de produtividade — sem contar os efeitos da inteligência artificial sobre os empregos.

“Os grandes interesses financeiros e os consultores bem pagos que controlam o Partido Democrata aprenderão alguma lição com essa campanha desastrosa? Eles entenderão a dor e a alienação política que dezenas de milhões de americanos estão vivenciando? Eles têm alguma ideia de como podemos enfrentar a oligarquia cada vez mais poderosa que tem tanta força econômica e política?”, questionou. “Provavelmente não.”

O congressista cobrou, por fim, “discussões políticas muito sérias” por parte daqueles “preocupados com a democracia de base e a justiça econômica”.

A exemplo do que ocorreu em 2016, a vitória de Trump foi rápida. Ele triunfou logo em dois dos sete estados-pêndulo, Geórgia e Carolina do Norte, seguidos pela Pensilvânia. Wisconsin encerrou a disputa e acabou com as esperanças de Kamala. Horas mais tarde, também veio à tona o sucesso do magnata em Michigan.

De acordo com uma pesquisa de boca de urna da NBC News, latinos e afro-americanos contribuíram com o resultado votando mais no republicano do que há quatro anos.

Trump conseguiu o apoio de 45% dos eleitores latinos, contra 53% de Harris. Em 2020,na disputa com Biden, a divisão foi de 32% e 65%.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo