Mundo

Trump reivindica vitória e promete ‘curar’ os Estados Unidos

O republicano foi confirmado vencedor após atingir a marca de 277 delegados

Trump reivindica vitória e promete ‘curar’ os Estados Unidos
Trump reivindica vitória e promete ‘curar’ os Estados Unidos
Foto: Jim WATSON / AFP
Apoie Siga-nos no

Donald Trump reivindicou a vitória nesta quarta-feira (6) e prometeu “curar” os Estados Unidos, logo após a divulgação dos resultados que o deixam muito próximo de retornar à Casa Branca.

No momento em que proferiu a mensagem, o político somava 266 delegados, quatro a menos do que o necessário para a vitória. Pouco depois, subiu para 277 e foi confirmado como o novo presidente do país.

“Fizemos história”, proclamou ele aos seus eleitores em West Palm Beach, Flórida. “Vamos ajudar o nosso país a se curar”, acrescentou o republicano, de 78 anos.

O líder republicano da Câmara de Representantes, Mike Johnson, já felicitou o “presidente eleito” Trump.

Donald Trump retorna à Casa Branca obtendo vantagem sobre Kamala Harris nos chamados estados-pêndulo, decisivos no pleito deste ano.

Nos outros estados, que geralmente se dividem entre os tradicionalmente democratas ou republicanos, não houve surpresas. Trump venceu, como era esperado, na Flórida e no Texas, enquanto Kamala venceu em Nova York, Califórnia e na capital, Washington DC.

A sorte parece sorrir para os republicanos, que também retomaram dos democratas o controle do Senado, mudando o equilíbrio de poder em uma Câmara essencial para aprovar reformas.

Os americanos também votaram para renovar as 435 cadeiras da Câmara de Representantes e para o governo de vários estados.

“Muito melhor”

Os americanos viveram uma noite de ansiedade, enquanto o mundo observava, atento às repercussões na guerra na Ucrânia, nos conflitos no Oriente Médio e nas questões sobre aquecimento global, que Trump considera uma falácia.

China, Israel, França, Reino Unido e Índia já parabenizaram o republicano. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esperar que Trump ajude a Ucrânia a alcançar uma “paz justa”. A Rússia, por sua vez, preferiu não felicitar o republicano.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, felicitou Trump e disse que seu retorno à Casa Branca ajudará a Aliança a permanecer “forte”.

No Centro de Convenções do condado de Palm Beach, os eleitores de Trump estavam entusiasmados antes mesmo do republicano atingir a marca exigida pelo sistema eleitoral norte-americano.

“Sinto que Trump já venceu as eleições. Isso acabou e acredito que o mundo está prestes a ficar muito melhor”, disse Moses Abraham, de 22 anos.

O resultado é histórico: este será o segundo mandato não consecutivo de um presidente desde 1893. Ele também será o presidente mais velho eleito.

Comício após comício, o republicano, que sofreu duas tentativas de assassinato durante a campanha, repetiu o roteiro de 2016 e 2020, apresentando-se como o candidato antissistema.

O discurso foi o mesmo em todas as ocasiões: a luta contra os migrantes em situação irregular que, segundo ele, “envenenam o sangue” do país.

Trump já chamou os migrantes de “terroristas”, “estupradores”, “selvagens” e “animais” que saíram de “prisões e manicômios”.

Condenado por um crime no final de maio e com quatro processos pendentes, o republicano pintou um cenário sombrio do país durante uma campanha dominada pela retórica violenta.

Trump insultou a candidata democrata, de 60 anos, a quem chamou de “lunática radical da esquerda”, “incompetente”, “idiota” e pessoa com um “coeficiente intelectual baixo”, entre outras ofensas. Ela respondeu chamando o adversário de “fascista”.

Além disso, os últimos dias de campanha foram marcados pelo comentário de um humorista pró-Trump que disse que Porto Rico é como uma “ilha flutuante de lixo” ou por uma gafe do presidente Joe Biden que, em resposta, disse que “lixo” eram os eleitores do republicano.

Três meses

Kamala Harris, negra e de ascendência sul-asiática, também aspirava fazer história como a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da nação. Ela conquistou, porém, apenas 224 delegados.

Ela teve apenas três meses para convencer os americanos. A democrata entrou na campanha depois que o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em julho e anunciou seu apoio à vice-presidente.

Kamala apresentou um programa eleitoral vago, mas centrista. Ela anunciou propostas de combate à imigração ilegal, melhorias para a classe média e de defesa do direito ao aborto.

Ela deveria falar com seus eleitores na Universidade Howard, em Washington, tradicionalmente frequentada por estudantes negros, onde a democrata também estudou, mas o discurso foi cancelado.

(Com AFP)

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo