Política
COP16 é suspensa após fracasso nas negociações sobre financiamento para salvar a natureza
A falta de quórum motivou a suspensão após 12 dias de discussões para aumentar os gastos globais na proteção da natureza


A COP16 terminou neste sábado 2 após a suspensão depois de infrutíferas negociações sobre o financiamento de um plano para salvar a natureza. As discussões foram encerradas nesta manhã pela presidente colombiana da cúpula das Nações Unidas, Susana Muhamad, sob a justificativa de perda de quórum de delegados.
“Acabou (…) O governo colombiano empenhou grandes esforços, mobilizou toda sua capacidade, o povo da Colômbia investiu tudo, havia um ambiente muito bom, mas no final depende das partes e do processo de negociação”, disse a também ministra do Meio Ambiente da Colômbia à AFP.
A reunião tinha como objetivo potencializar os esforços do mundo em ações que interrompam as mudanças climáticas e a devastação ambiental causados pela ação humano. A discussão central debateu como alcançar até 2030 o objetivo de aumentar os gastos globais para salvar a natureza para US$ 200 bilhões por ano.
No entanto, após 12 dias de debates, a presidente não conseguiu com que os países emergentes e em desenvolvimento chegassem a um consenso sobre o tema. Apesar do resultado, Susana comemorou ter obtido a adoção de um estatuto reforçado para os povos indígenas na COP da Biodiversidade e a implementação de um fundo multilateral.
No dia 29, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que os povos tradicionais devem ter acesso a recursos que remunerem a proteção da biodiversidade do planeta, nos termos da implementação da Convenção sobre Diversidade Biológica. Segundo a ministra, a exploração de produtos do patrimônio natural e dos conhecimentos tradicionais associados deve ser repartida de forma justa.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.