Tarcísio sugere ao governo não se limitar à PEC da Segurança; Lula ironiza Caiado

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sugeriu nesta quinta-feira 31 que, além da proposta de emenda à Constituição apresentada pelo governo Lula (PT) para a segurança pública, o Congresso Nacional receba um pacote mais amplo de medidas sobre o tema.

Tarcísio e outros governadores se reuniram com Lula e com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em Brasília.

“Não dá para tratar a questão da segurança pública de forma isolada. Acho que temos que mandar um grande pacote e tratar essas questões que já estão lá no Congresso”, afirmou o governador paulista.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse por sua vez que as propostas sobre segurança pública em tramitação no Congresso serão sistematizadas para viabilizar uma votação mais ágil.

A PEC apresentada por Lula aos governadores tem como objetivos incrementar as atribuições da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, conceder status constitucional ao Sistema Único de Segurança Pública e unificar o Fundo Nacional de Segurança Pública e o Fundo Penitenciário.

Na reunião, Tarcísio também destacou a importância de ações para combater a lavagem de dinheiro, especialmente nos setores de combustíveis, clubes de futebol e revenda de carros importados. “Olhar o setor de combustíveis é um primeiro grande passo para a gente começar a cortar o financiamento do crime organizado.”

Presente na agenda, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), mencionou a necessidade de combater os crimes de lavagem de dinheiro e a entrada de armas no País. Segundo ele, 90% das armas apreendidas pela polícia no estado são fabricadas nos Estados Unidos e chegaram ao Brasil por países como Paraguai, Colômbia e Equador.

Castro apresentou outros pleitos do Rio, como a retirada dos gastos com segurança pública da Lei de Responsabilidade Fiscal e do teto de gastos.

Ronaldo Caiado (União), governador de Goiás, criticou a PEC do governo por, segundo ele, apontar normas gerais que sobrepõem às regras dos estados. “Não é uma regra única que vai decidir o que deve ser a regra para todos os estados da federação. Esse engessamento não vai dar certo”, alegou.

Ao fim do encontro, Lula ironizou a postura de Caiado. “Eu tive oportunidade conhecer hoje o único estado que não tem problema de segurança, que é o estado de Goiás. Eu peço para Lewandowski levantar o que pode ser referência para todos os outros governadores.”

“Ao invés de eu chamar uma reunião, era o Caiado que deveria ter chamado uma reunião para orientar como se comporta para acabar com o problema da segurança em cada estado”, disse ainda o petista.

Já o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), ressaltou a necessidade de mecanismos para que as gestões estaduais possam fazer compras mais rápidas na área de segurança pública, tanto para armamentos quanto para equipamentos de inteligência, como bloqueadores de sinais de telefonia em presídios.

(Com informações da Agência Brasil)