Política
PL sela acordo e oficializa apoio à candidatura de Davi Alcolumbre para presidência do Senado
Além do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador já acumula os apoios do PP, PSB e PDT


Principal partido de oposição no Senado, o PL de Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira 30 apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP) à presidência da Casa Alta. A eleição para o comando do Senado ocorre em fevereiro do ano que vem.
A decisão ocorre um dia após o senador Astronauta Marcos Pontes (SP) se lançar na disputa sem o aval do partido. Além do PL, o PP, presidido por Ciro Nogueira (PI), já declararou apoio a Alcolumbre. Na terça-feira, Bolsonaro já havia sinalizado a intenção da sigla em apoiar o senador do Amapá.
O ex-presidente se reuniu com Alcolumbre na residência do líder do PL no Senado, Rogério Marinho. Quatro parlamentares que estiveram presentes relataram à reportagem que Bolsonaro expôs algumas prioridades do partido para oficializar o apoio ao amapaense: espaço na mesa diretora, controle de comissões de peso e relatoria de projetos importantes.
Ainda segundo os relatos, também houve menção à votação da anistia a golpistas envolvidos no 8 de Janeiro. O postulante à presidência da Casa Alta, contudo, não teria se comprometido a pautar nenhuma proposta específica. Mas garantiu que distribuirá cargos e comissões de acordo com o tamanho de cada partido.
PDT e PSB também já endossaram a candidatura de Alcolumbre. O PT, que tem uma bancada com nove senadores, ainda não formalizou decisão. Mas o presidente Lula já sinalizou a interlocutores que a legenda se encaminha para validar o nome do parlamentar. Podemos, Republicanos e Novo também não fecharam posição.
Alcolumbre já foi presidente do Senado, de 2019 a 2021, no governo Bolsonaro, com quem mantinha uma relação amistosa. Com a vitória de Lula, o senador se aproximou de integrantes da gestão petista e conseguiu emplacar aliados em cargos do primeiro e segundo escalão, a exemplo do ministro Waldez Góes (Integração Nacional).
Há três anos, o amapaense não concorreu à reeleição porque a Constituição só a permite, para presidentes da Câmara e do Senado, na mudança de legislatura — ou seja, quando há eleições gerais. A estratégia do senador foi, então, presidir a CCJ do Senado, comissão mais importante da Casa, e escalar seu aliado, Rodrigo Pacheco (PSD), para o comando do Senado.
Também estão na briga pela presidência da Casa as senadoras Eliziane Gama (PSD-MA) e Soraya Thronicke (Podemos-MS).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Sem aval do PL, Marcos Pontes lança candidatura à presidência do Senado
Por Wendal Carmo
Alcolumbre defende porte de arma para parlamentares e advogados
Por CartaCapital
PSB declara apoio à candidatura de Alcolumbre para presidência do Senado
Por CartaCapital