Política

Quem não cumpre palavra pode mandar, mas não lidera, diz Elmar após Lira apoiar Motta

Preterido pelo presidente da Câmara na eleição interna, o líder do União rechaçou o que vê como ‘unanimidade artificial, reduzida a uma única vontade’

Quem não cumpre palavra pode mandar, mas não lidera, diz Elmar após Lira apoiar Motta
Quem não cumpre palavra pode mandar, mas não lidera, diz Elmar após Lira apoiar Motta
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o líder do União, Elmar Nascimento (BA) - Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

Preterido por Arthur Lira (PP-AL) na corrida pela sucessão no comando da Câmara, o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA) disse considerar legítimo o apoio do alagoano à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), mas afirmou que “quem não cumpre sua palavra, pode mandar, mas não lidera”.

As declarações foram registradas nas redes sociais nesta terça-feira 29. Elmar era aliado de Lira e nutria a expectativa de ser o candidato endossado por ele, mas o chefe da Casa avaliou que Motta teria mais condições de representar um consenso na Câmara.

“A palavra empenhada deve ser pilar dessa liderança. Confiança e respeito aos compromissos são essenciais para a integridade do processo legislativo”, escreveu o líder do União Brasil. “Quem não cumpre sua palavra, pode mandar, mas não lidera.” Ele também pregou contra o que chamou de “unanimidade artificial, reduzida a uma única vontade”.

Horas depois de Lira endossar Motta, Elmar e o líder do PSD, Antonio Brito (BA), se reuniram com parlamentares do PT. Ambos têm um pacto contra o deputado do Republicanos e tentam ganhar tempo para angariar mais apoio no partido de Lula.

Conforme mostrou CartaCapital, integrantes da bancada petista resistem em apoiar Motta por não terem recebido uma sinalização de que ele não pautará o projeto que anistia golpistas do 8 de Janeiro, caso eleito. Mais cedo, Lira mandou criar uma comissão especial para analisar o texto – a manobra retardou a tramitação do projeto com o objetivo de arrematar o apoio da legenda.

Na publicação, Elmar ainda disse ser o candidato do consenso e reforçou um acordo feito com Brito para um eventual segundo turno. “Minha candidatura se firma na renovação e no fortalecimento da democracia, valorizando a diversidade de pensamentos. Não buscamos consensos artificiais, mas espaços para a saudável disputa de ideias.”

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo