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Bolívia: Governo acusa Evo de armar ‘teatro’ com suposto atentado; ex-presidente exige queda de ministros

Morales culpou os agentes do governo de seu ex-ministro Luis Arce, com quem está em conflito pela candidatura da esquerda para 2025

Bolívia: Governo acusa Evo de armar ‘teatro’ com suposto atentado; ex-presidente exige queda de ministros
Bolívia: Governo acusa Evo de armar ‘teatro’ com suposto atentado; ex-presidente exige queda de ministros
Marcas de tiro no carro em que estava Evo Morales em 27 de outubro de 2024. Foto: AFP/Rádio Kawsachun Coca
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O governo da Bolívia acusou, nesta segunda-feira 28, Evo Morales de ter armado um “teatro” com o suposto atentado contra ele e destacou que os disparos ocorreram quando o ex-presidente tentou fugir de um controle antidrogas da polícia na região cocaleira de Chapare.

No domingo, o ex-presidente, de 65 anos, denunciou em um vídeo um ataque a tiros contra o veículo em que viajava.

Morales, que saiu ileso do suposto atentado, no qual seu motorista ficou ferido, culpou os agentes do governo de seu ex-ministro e atual presidente, Luis Arce, com quem está em conflito pela candidatura da esquerda para 2025.

“Senhor Morales, ninguém acredita no teatro que você armou, mas você terá que responder perante a Justiça boliviana pelo crime de tentativa de assassinato” contra um uniformizado, disse o ministro de Governo, Eduardo Del Castillo, em entrevista coletiva.

Segundo a autoridade, a polícia sinalizou a um dos veículos da caravana de Morales para que reduzisse a velocidade, mas o motorista ignorou a ordem.

“No entanto, em vez de reduzir a velocidade, aumentam a velocidade, sacam armas de fogo, disparam tiros de um veículo”, disse Del Castillo.

Um policial uniformizado ficou ferido ao ser atropelado por um dos veículos, segundo o ministro. Evo Morales afirma que seu carro recebeu 14 disparos.

Evo exige renúncia de ministros

O ex-presidente boliviano cobrou nesta segunda a demissão dos ministros de Governo e de Defesa devido ao atentado que, segundo ele, foi perpetrado por um grupo militar e policial.

“Se Luis Arce não deu as ordens para nos matar, ele deve demitir e processar imediatamente seus ministros de Defesa e de Governo, Edmundo Novillo e Eduardo Del Castillo”, afirmou na rede social X.

O governo de Arce prometeu “uma investigação imediata e minuciosa” para esclarecer a denúncia sobre o incidente, que aumentou a tensão social e política na Bolívia.

Há duas semanas, apoiadores do ex-presidente (2006-2019) realizam bloqueios de estradas no centro do país em protesto contra a provável detenção de Morales por ordem do Ministério Público.

Ele está sendo investigado por suposto abuso de uma menor quando estava no poder. Morales rejeita a acusação como “mais uma mentira” orquestrada pelo governo de Arce para tirá-lo da disputa presidencial.

O vice-ministro de Segurança Cidadã, Roberto Ríos, não descartou que possa ter sido um “autoatentado”.

O Comando em Chefe das Forças Armadas negou qualquer envolvimento no suposto atentado denunciado pelo ex-presidente e pediu “calma” a seus apoiadores, após ameaçarem tomar os quartéis.

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