Mundo

Governo Milei anuncia que vai vender mais de 400 imóveis do Estado argentino

O objetivo é ‘reduzir gastos desnecessários’, segundo o porta-voz da Presidência

Governo Milei anuncia que vai vender mais de 400 imóveis do Estado argentino
Governo Milei anuncia que vai vender mais de 400 imóveis do Estado argentino
Presidente da Argentina, Javier Milei. Foto: Oscar Del Pozo/ AFP
Apoie Siga-nos no

O governo do ultraliberal Javier Milei vai leiloar mais de 400 edifícios do Estado em toda a Argentina, com o que espera obter receitas de 800 milhões de dólares (4,5 bilhões de reais), informou um porta-voz nesta sexta-feira 25.

A agência de administração de bens “vai leiloar mais de 400 imóveis e colocar à venda outras 800 propriedades, com o único objetivo de reduzir gastos desnecessários”, disse o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, em coletiva de imprensa.

“Estima-se que estes imóveis têm um valor estimado total de 800 milhões de dólares”, acrescentou. Adorni detalhou que um dos edifícios à venda será a sede, no bairro de San Telmo, do outrora Ministério das Mulheres, Gêneros e Diversidade, avaliado em 12,5 milhões de dólares (R$ 71,2 milhões).

Argumentando sua suposta inutilidade ao assumir em dezembro, Milei dissolveu este ministério lançado pelo governo de seu antecessor Alberto Fernández (centro-esquerda) e o transformou em uma subsecretaria do Ministério da Justiça.

Além disso, Adorni anunciou que será publicado na segunda-feira um decreto no qual o governo proíbe os “cargos hereditários” no serviço público.

Esta prática existente em algumas dependências estatais, e que figura em seus acordos coletivos, consiste em dar preferência na hora de recrutar novos funcionários, sob certas condições, aos familiares diretos de um funcionário falecido.

É o caso por exemplo do Banco Central, onde se dava preferência ao cônjuge ou ao filho de um funcionário falecido, sujeita a certa vulnerabilidade vinculada ao óbito.

Esta norma foi revogada em 2018 por um decreto do então presidente Mauricio Macri (direita), mas o diretório do Banco Central a restituiu e defendeu em 2022, durante o governo de Alberto Fernández.

“Esses resquícios de privilégios de sangue, esses resquícios medievais […] persistem em estamentos do setor público argentino”, disse Federico Sturzenegger, ministro de Desregulação e Transformação, uma pasta criada por Milei para reduzir o tamanho do Estado.

O governo não deu uma estimativa de quantos empregos “hereditários” existem atualmente na função pública.

ENTENDA MAIS SOBRE: , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo