Mundo
Departamento de Justiça adverte Musk sobre risco de ilegalidade em sorteios milionários até a eleição
O bilionário tem assumido um papel cada vez mais visível na campanha de Donald Trump, doando quase 75 milhões de dólares


O Departamento de Justiça dos Estados Unidos alertou a organização política do empresário Elon Musk que o sorteio de 1 milhão de dólares (5,7 milhões de reais, na cotação atual) por dia, destinado a incentivar a participação nas eleições, pode ser ilegal, informou a imprensa americana nesta quarta-feira 23.
Musk, o homem mais rico do mundo, anunciou que começaria os sorteios no sábado, na Pensilvânia, um dos sete estados-pêndulo que provavelmente definirão o próximo presidente dos Estados Unidos, entre Donald Trump e Kamala Harris.
O fundador da Tesla e da SpaceX, apoiador do candidato republicano, afirmou que distribuiria 1 milhão de dólares por dia até a eleição, em 5 de novembro, entre eleitores registrados nos estados-pêndulo.
A CNN e a 24sight News indicaram que o Departamento de Justiça enviou uma carta à organização de Musk, a America PAC, advertindo que o sorteio pode violar a lei federal, que proíbe o pagamento para que as pessoas se registrem para votar. O departamento se recusou a comentar.
Os vencedores da iniciativa promovida por Musk são escolhidos aleatoriamente, mas devem ser eleitores registrados e também assinar uma petição apoiando “a liberdade de expressão e o direito de portar armas”.
Danielle Lang, professora da Faculdade de Direito de Georgetown e especialista em direito eleitoral, disse à AFP no início desta semana que o sorteio poderia “estar sujeito a ações civis ou criminais por parte do Departamento de Justiça”.
“É ilegal oferecer dinheiro com a condição de que os destinatários se registrem como eleitores”, afirmou Lang.
Musk tem assumido um papel cada vez mais visível na campanha de Trump, participando de comícios e doando quase 75 milhões de dólares (426,6 milhões de reais).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Pesquisas mostram Kamala liderando com margem apertada sobre Trump
Por CartaCapital
Juiz ordena ex-advogado de Trump a entregar bens a mulheres que difamou
Por AFP
Biden diz que Trump deveria ser preso ‘politicamente’
Por AFP