Mundo
EUA não identificaram evidências apontadas por Israel sobre ‘bunker’ do Hezbollah em hospital de Beirute
O Secretário de Defesa, porém, afirma que americanos seguirão colaborando com israelenses no caso


O governo dos Estados Unidos questionou a tese de Israel de que o Hezbollah usaria um hospital em Beirute, no Líbano, como bunker para esconder cerca de 500 milhões de dólares.
Segundo o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, ainda não há clareza sobre a existência ou não do esconderijo.
“Não vimos evidências disso [da existência do bunker] até o momento. Mas, como sabem, continuaremos a colaborar com nossos colegas israelenses para obter uma compreensão mais precisa do que eles estão observando”, disse Austin, em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira 23.
As Forças de Defesa de Israel garantem que o bunker tinha “dinheiro roubado dos cidadãos do Líbano e usado para atividades terroristas”. O governo de Benjamin Netanyahu chegou a dar detalhes sobre o funcionamento do esconderijo, apontando prédios próximos ao hospital que serviriam de passagem.
Já Fadi Alameh, diretor do hospital Al-Sahel – citado como local do bunker –, afirmou que as acusações de Israel são falsas. Ele chegou a pedir que o Exército libanês visitasse o local, para que verificasse que, por lá, só existiam salas de cirurgia e um necrotério.
Desde a acusação feita na terça-feira, correspondentes internacionais em Beirute foram visitar o local, buscando checar a informação passada por Israel. Nesta quarta, o porta-voz do Exército israelense, Avichay Adraee, indicou que os jornalistas não estão passando pelo local correto.
“Como vimos, o Hezbollah impediu os jornalistas de entrarem no edifício que contém a entrada sul, pois o Hezbollah não quer que vocês revelem o dinheiro”, disse Adraee.
Segundo ele, “é possível que estejam bloqueando e escondendo a entrada do esconderijo de várias maneiras, incluindo a construção de paredes para esconder as entradas da área que contém o dinheiro e o ouro”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

EUA querem acabar com a guerra entre Israel e Hezbollah ‘o mais rápido possível’
Por AFP
Hezbollah reivindica ataque contra residência do primeiro-ministro israelense
Por AFP